Americanas reduz prejuízo em 94,7% no 2º trimestre, para R$ 98 milhões

A Americanas reportou nesta terça, 12, um prejuízo líquido de R$ 98 milhões no segundo trimestre deste ano, reduzindo em 94,7% o prejuízo de R$ 1,865 bilhão apurado em igual período de 2024. O resultado, segundo a diretora Financeira (CFO) Camille Faria, reflete avanços operacionais e uma base de comparação ainda impactada, no ano passado, por despesas financeiras.

A executiva explicou, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que o prejuízo do segundo trimestre de 2024 foi impactado por um efeito contábil, pois na época a varejista ainda estava em processo de renovação da dívida. Isso porque o plano de recuperação judicial já havia sido aprovado e estava em implementação, mas contabilmente ainda se reconheciam juros sobre uma dívida financeira superior a R$ 30 bilhões.

“O indicador do segundo trimestre do ano passado foi contaminado por essas despesas. Mas, agora, o resultado financeiro está compatível com a alavancagem real da Americanas”, disse Faria, acrescentando que a sazonalidade também favoreceu o trimestre devido às fortes vendas na Páscoa. O feriado, que normalmente é a principal data do primeiro trimestre para a varejista, caiu no segundo trimestre neste ano.

O Ebitda ajustado (que exclui despesas relacionadas à recuperação judicial e os impactos dos aluguéis) somou R$ 329 milhões, incremento de 1.216% ante igual período de 2024. Sem o ajuste, o Ebitda somou R$ 304 milhões ante resultado negativo em R$ 53 mi no segundo trimestre de 2024.

A receita líquida no trimestre encerrado em junho foi de R$ 3,843 bilhões, avanço de 24,7% em um ano, sustentada pelo crescimento de dois dígitos nas vendas em mesmas lojas (SSS) e por ações de otimização de sortimento e preços.

O presidente da Americanas, Leonardo Coelho, enfatizou que a melhora foi acompanhada de avanço de margem e queda nas despesas de vendas, gerais e administrativas (SG&A) do semestre, que ficaram abaixo de 30% da receita líquida, o menor nível desde o início da crise em 2023.

Vendas

Sobre o desempenho dos canais, Coelho foi direto: “esquece marketplace na Americanas”. A companhia tem apostado em um modelo mais enxuto ao integrar o digital à operação física. Por isso, contam com menos vendedores externos (sellers) e abandonam o formato tradicional de marketplace que caracterizou a atuação on-line da Americanas no passado.

O volume bruto de mercadorias (GMV) somou R$ 5,2 bilhões no segundo trimestre, avanço anual de 15,6%. O varejo físico registrou um GMV de R$ 4,353 bilhões, crescimento de 35,7% ante igual período de 2024, enquanto o digital alcançou R$ 213 milhões, recuo de 68,7% na mesma base de comparação.

O CEO reforça que a empresa tem focado no ship from store, modelo em que as vendas online são atendidas a partir do estoque das lojas físicas, e no pick up in store, quando o cliente compra pela internet e retira o produto na loja, sem enfrentar filas. Além de integrar os canais físico e online, a estratégia busca encurtar prazos de entrega e oferecer conveniência ao consumidor.

Em 2023, a varejista foi penalizada por uma fraude contábil bilionária, fechando o ano com prejuízo de R$ 2,27 bilhões. Em 2024, reverteu, lucrando R$ 8,231 milhões.

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