Membro do Fed diz que economia dos EUA segue resiliente, mas que mercado de trabalho esfria

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou nesta segunda-feira, 10, que a economia dos Estados Unidos tem sido “bastante resiliente”, embora a inflação ainda esteja acima da meta e o mercado de trabalho siga em processo de desaceleração. “A inflação está mais próxima de 3% do que da nossa meta de 2%”, disse, acrescentando que as empresas relatam “mais dificuldade em repassar elevação de preços aos consumidores”.

Segundo Musalem, o mercado de trabalho está “perto do pleno emprego, mas segue esfriando”. Em entrevista à Bloomberg, ele destacou que os pedidos de auxílio-desemprego estão estáveis, apesar de anúncios de demissões, e que “as empresas dizem que o mercado de trabalho abrandou um pouco. As coisas parecem razoavelmente bem”.

O dirigente observou que pessoas de baixa renda estão assumindo mais dívidas de cartão de crédito, mas ponderou que os consumidores nos EUA, no geral, não estão endividados e que as folhas de balanço das famílias estão em “boa forma”. Entre as famílias de renda mais alta, disse, o consumo ainda é sustentado pelo “efeito riqueza”.

Musalem avaliou que a política monetária está mais próxima do nível neutro do que modestamente restritiva e enfatizou a importância de agir com cautela. “Há pouco espaço para afrouxar a política ainda mais”, apontou. Ao falar sobre os desafios da condução do Fed, o dirigente alertou que “se focarmos muito no mercado de trabalho, a inflação pode aumentar. Se focarmos demais na inflação, o mercado de trabalho pode se deteriorar”. Para endereçar as tensões entre os dois mandatos, Musalem defendeu uma “postura equilibrada” pelo Fed.

O formulador afirmou ainda que as condições financeiras dos EUA são “muito acomodatícias” e que “os preços das ações e das casas estão elevados”. Ele disse esperar uma recuperação econômica no primeiro trimestre de 2026 e afirmou que o Fed “tem informações adequadas para tomar decisões de política monetária”, embora esteja “ansioso” por dados oficiais após o shutdown.

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Por Redação Folha de Guarulhos.

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