A produção de veículos no País teve queda de 4,9% no mês passado ante o mesmo período de 2024, e somou 200,8 mil unidades. Em relação a maio, houve queda de 6,5% na fabricação de veículos (carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus), de acordo com dados divulgados ontem pela Anfavea, entidade que representa as montadoras.
Assim, a indústria automotiva fechou o primeiro semestre com 1,23 milhão de veículos montados, 7,8% mais do que o registrado nos seis primeiros meses de 2024. Num sinal de acomodação do mercado, contudo, as vendas de junho, de 212,9 mil veículos, recuaram 0,6% ante junho de 2024, e caíram 5,7% em relação a maio. No semestre, as vendas crescem 4,8% na comparação com igual período do ano passado – 1,2 milhão de veículos foram comercializados até junho.
A direção da Anfavea atribui a estagnação nas vendas à elevação dos juros no País – a Selic, taxa de referência da economia, chegou a 15% ao ano. Na apresentação dos resultados do setor, ontem, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, ressaltou que, na esteira da elevação da Selic, os juros para aquisição de veículos chegaram a um patamar extremamente elevado, com taxa no financiamento de pessoa física já em 27,6% ao ano.
De acordo com a Anfavea, mais de 600 vagas de trabalho foram fechadas nas montadoras nos últimos dois meses, o que pode já ser reflexo da baixa da produção. Mais uma vez, ainda, a Anfavea apontou que o crescimento das vendas de carros no País está sendo “capturado” pelos veículos importados, principalmente chineses. No primeiro semestre, as vendas de importados subiram 15,6%, enquanto as de nacionais tiveram alta menor, de 2,6%.
Exportações
As exportações, por outro lado, continuam em alta, e somaram 50,7 mil veículos embarcados no mês passado, alta de 75% em relação a junho de 2024. Desde o início do ano, 264,1 mil veículos já foram exportados, crescimento de 59,8% ante os seis primeiros meses de 2024. A Argentina é o principal destino dos veículos nacionais.