As mineradoras BHP e Vale emitiram uma nota conjunta na noite desta quinta-feira, 13, dizendo que trabalham “lado a lado” na compensação ao acidente de Mariana, de 2015, quando uma barragem da Samarco, joint venture das duas empresas, rompeu matando 19 pessoas.
Segundo BHP e Vale, o processo em andamento no Reino Unido “vende ilusões” por tratar de questões já resolvidas no Brasil.
A nota vem em reação a afirmações do advogado britânico Tom Goodhead de que as empresas divergem na condução da defesa em ação sobre o acidente de Mariana na Justiça do Reino Unido, com a Vale “mais pragmática e disposta a fazer a coisa certa” e a BHP com condução supostamente protelatória, versão negada pelas duas empresas.
Goodhead chefia o escritório que representa pessoas e municípios vítimas do acidente no processo que encerrou hoje a fase de alegações. Uma primeira decisão sobre a responsabilidade da BHP é esperada para o segundo semestre deste ano. A Vale não é ré, mas terá de arcar com metade de uma eventual indenização.
Segue, na íntegra, a nota conjunta de Vale e BHP:
“Como acionistas da Samarco, a BHP Brasil e a Vale sempre atuaram de forma conjunta e comprometida na busca pelas melhores soluções para a compensação e a reparação dos impactos do rompimento da barragem de Fundão. Desde o início, ambas as empresas têm trabalhado lado a lado, com senso de responsabilidade e espírito de parceria, para garantir que as medidas adotadas sejam eficazes e justas para todas as partes envolvidas.
Esse compromisso se reflete no Acordo de Reparação, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2024, que traz segurança jurídica e representa uma solução definitiva e eficiente para os atingidos.
Dentro desse esforço, o Programa Indenizatório Definitivo (PID) já recebeu mais de 80 mil requerimentos desde sua abertura, em 26 de fevereiro deste ano, demonstrando o avanço concreto na reparação. Além disso, 26 municípios aderiram ao acordo brasileiro, fortalecendo as condições para políticas públicas que permitam a abertura de novos empregos, a geração de investimentos e a melhoria da qualidade de vida de suas populações.
De outro lado, o processo em andamento no Reino Unido vende ilusões, uma vez que trata de questões já resolvidas no Brasil. Além de ser complexo e prolongado, apresenta um alto grau de incerteza para pessoas, empresas e municípios, diferentemente do que foi construído com responsabilidade, seriedade e transparência no País.”