Brasileiros invadiram o perfil do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para criticar as novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, anunciadas nesta quarta-feira, 9.
Os internautas usaram as últimas publicações de Trump no Instagram para expressar sua indignação. “Brasil não é quintal dos EUA, viva o Brics”, comentou um dos perfis em uma foto do presidente norte-americano ao lado da esposa, Melania Trump. “Somos soberanos. Aqui você não manda”, disse outro.
Mensagens como “Brasil soberano”, “o Brasil é dos brasileiros” e “deixe o Brasil em paz” também eram frequentes em ao menos dez postagens. Os internautas ainda defenderam o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e pediram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em menor número, alguns comentários apoiavam as decisões do presidente norte-americano. Após a enxurrada de mensagens, Trump restringiu os comentários das publicações apenas para os seus seguidores.
Trump defende Bolsonaro
As novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA foram informadas por Trump por meio de uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e divulgada na rede social Truth Social.
Entre as justificativas dadas pelo presidente dos EUA para o nível da taxa foram o tratamento dado pelo Brasil a Bolsonaro e as decisões do STF contra empresas americanas de tecnologia.
“O modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional”, disse Trump. “Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!”, escreveu.
Lula reagiu ao anúncio e afirmou que a resposta do País virá por meio da Lei de Reciprocidade Econômica. A norma brasileira foi sancionada pelo presidente em abril deste ano e prevê medidas em casos de retaliações comerciais. As respostas podem ser:
Imposição de tarifas, taxas extras ou restrições sobre importações de bens e serviços de um país;
Suspensão de concessões comerciais e de investimentos;
Suspensão de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual.
O Estadão apurou que o governo brasileiro trabalha com o prazo de cerca de 20 dias para responder a Trump, mas considera que seria um “erro” reagir antes do prazo dado pela Casa Branca na carta. As tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano passarão a valer a partir do dia 1º de agosto.