O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 6, que o texto com as medidas previstas no plano de contingência para mitigar os efeitos da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos ao Brasil deve ser enviado ainda nesta quarta ao Palácio do Planalto. O anúncio oficial, porém, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Haddad afirmou que possivelmente as propostas serão enviadas ao Congresso Nacional por meio de uma Medida Provisória (MP), para entrarem imediatamente em vigor. A tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras começou a valer a partir desta quarta.
O ministro teve uma última reunião nesta terça-feira, 5, com o presidente para afinar as medidas de socorro aos setores afetados. Haddad disse que será elaborado ainda um relatório pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para detalhar a situação por empresa, a pedido de Lula. O anúncio do plano, no entanto, não depende desse afinamento.
“O texto sai daqui hoje (quarta). Está pronto. Ontem (terça) nós procuramos entender a encomenda do presidente em relação ao detalhamento. Nós dissemos para ele que a questão empresa por empresa não precisa evidentemente ser tratada em lei. Ela pode ser objeto de regulamentação. Mas provavelmente o ato do presidente vai julgar conveniente. Mas possivelmente terá que ser uma medida provisória para entrar em vigor”, disse.
Haddad reafirmou que o objetivo principal do plano é atender sobretudo os pequenos produtores que não têm alternativas à exportação para os Estados Unidos. Ele reiterou um pedido de união nacional para atender os interesses do Brasil, envolvendo todos os governadores, e cobrou uma ação coordenada para inibir crimes de lesa-pátria contra o País.
“Isso (defesa dos interesses do País) tem que envolver os governadores de oposição. Porque aqui não se trata mais de situação de oposição. Os Estados estão sendo afetados. Então os governadores que têm proximidade com a extrema direita, eles têm que fazer valer as prerrogativas do seu mandato. Não é fingir que não tem nada acontecendo, se esconder embaixo da cama e desaparecer. Não dá para ser assim”, defendeu.
O ministro também ressaltou o papel do empresariado na defesa das bandeiras do Brasil. “O empresariado, além de vir para Brasília, tem que conversar com a oposição, passar a mão no telefone e ligar para a turma que quer ver o circo pegar fogo, parar com isso. Estamos prejudicando o País pelo quê? Em nome do quê nós estamos fazendo isso?”, questionou Haddad.