O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) recorreu ao presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), para pedir a retirada do senador Rogério Marinho (PL-RN) da CPI do INSS. Com a demanda, Alcolumbre tem em mãos nova cobrança que pode impactar os trabalhos do colegiado.
O líder do governo na comissão de inquérito argumenta que a participação de Marinho como titular do colegiado compromete a isenção e a imparcialidade dos trabalhos. Rogério Marinho foi secretário especial da Previdência no governo de Jair Bolsonaro (PL), além de ministro do Desenvolvimento Regional. Hoje, é o líder da oposição no Senado.
Para Pimenta, o senador “foi ministro de Estado e atuou diretamente na gestão de políticas públicas e atos administrativos” que são objeto da CPI Mista. O fato de ele poder ter acesso a documentos sigilosos que tratem de fatos ocorridos durante a própria gestão configuraria “interesse direto no objeto da investigação”. Portanto, estaria caracterizada uma hipótese de suspeição, como ocorre para magistrados e autoridades julgadoras.
O pedido de Paulo Pimenta havia sido negado pelo presidente da CPI do INSS, Carlos Viana no último dia 8, quando prestou depoimento Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sobre o pedido apresentado por Pimenta, disse que Marinho não é investigado e está na plenitude de suas prerrogativas parlamentares. Também lembrou que integrou a gestão Bolsonaro assim como Pimenta foi ministro da Secretaria de Comunicação Social do atual governo Lula.
Alcolumbre tem negado acesso à lista de parlamentares visitados por investigados como Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS. O argumento para a negativa é o de que a informação fere a intimidade e a imunidade parlamentar. Membros da CPI defendem que a relação de entradas do empresário no Senado é fundamental para mapeamento das relações dele. A lista, contudo, deve expor senadores próximos de Alcolumbre.