Preços dos alimentos voltam a cair em novembro no IPCA, após ligeira alta em outubro

Os preços dos alimentos voltaram ao território negativo em novembro, após uma ligeira alta em outubro ter interrompido uma sequência de quatro meses de quedas. Embora o número de itens alimentícios com reajustes tenha subido em novembro, os que ficaram mais baratos ajudaram a devolver a média do grupo Alimentação e Bebidas para o negativo.

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma alta de 0,01% em outubro para um recuo de 0,01% em novembro, sem contribuição (0,00 ponto porcentual) para a taxa de 0,18% registrada pelo IPCA do último mês.

O índice de difusão de itens alimentícios, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 49% em outubro para 64% em novembro.

De 168 itens alimentícios, 107 tiveram alta em novembro, enquanto 61 registraram variação igual ou menor do que zero. Entre os alimentícios com queda, o peso maior de alguns deles dentro da cesta de consumo das famílias contribuiu para que o resultado geral de alimentação ficasse negativo, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.

O custo da alimentação no domicílio caiu 0,20% em novembro, sexto mês seguido de quedas. Ficaram mais baratos o tomate (-10,38%), leite longa vida (-4,98%) e arroz (-2,86%). O café moído recuou 1,36% em novembro, impacto de -0,01 ponto porcentual no IPCA. O item acumulou uma queda de 4,83% em cinco meses consecutivos de redução de preços.

Segundo Gonçalves, as tarifas afetaram as expectativas sobre a demanda e, consequentemente, os preços, mas as quedas recentes ainda são modestas para repor tudo o que aumentou recentemente. O produto ainda acumula uma elevação de 42,79% em 12 meses.

Na direção oposta, houve aumentos em novembro no óleo de soja (2,95%) e nas carnes (1,05%).

A alimentação fora do domicílio subiu 0,46% em novembro: o lanche aumentou 0,61%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,35%.

O grupo Alimentação e bebidas acumula uma alta de 3,88% em 12 meses, variação mais branda desde maio de 2024, quando estava em 3,56%.

Transportes

Os preços do grupo Transportes subiram 0,22% em novembro, após alta de 0,11% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,04 ponto porcentual para o IPCA de novembro.

Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,32% em novembro, após avanço de 0,32% no mês anterior.

A gasolina caiu 0,42%, após ter registrado alta de 0,29% em outubro, enquanto o etanol avançou 0,39% nesta leitura, após alta de 0,85% na última.

Segundo o IBGE, a variação de 0,22% do grupo Transportes refletiu principalmente a alta de 11,90% no subitem passagem aérea, principal impacto individual (de 0,07 ponto porcentual) no resultado de novembro.

Habitação

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de um recuo de 0,30% em outubro para uma alta de 0,52% em novembro, uma contribuição de 0,08 ponto porcentual para a taxa do IPCA do mês passado.

A energia elétrica residencial aumentou 1,27% em novembro, um impacto individual de 0,05 ponto porcentual no IPCA do mês. A bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona uma cobrança de R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos, manteve-se a mesma vigente no mês anterior.

O aumento na energia foi decorrente de reajustes de 19,56% em Goiânia a partir de 22 de outubro; de 11,21% em Brasília desde 22 de outubro; de 16,05% em uma das concessionárias em São Paulo a partir de 23 de outubro; e de 21,95% em uma das concessionárias em Porto Alegre em 22 de novembro.

A energia elétrica residencial acumulou uma alta de 15,08% no ano, principal impacto no IPCA do período, uma contribuição de 0,58 ponto porcentual. Nos últimos 12 meses, o subitem subiu 11,41%, impacto de 0,46 ponto porcentual.

Ainda em Habitação, as tarifas de água e esgoto subiram 0,29%, e o gás encanado recuou 0,01%.

Despesas Pessoais

O grupo Despesas Pessoais saiu de uma alta de 0,45% em outubro para um aumento de 0,77% em novembro. O grupo contribuiu com 0,08 ponto porcentual para a taxa de 0,18% do IPCA do último mês.

O destaque foi o avanço de 4,09% no subitem hospedagem, que resultou num impacto de 0,03 ponto porcentual na inflação de novembro.

O subitem hospedagem saltou 178,93% em Belém, que sediou, em novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30.

Saúde e Cuidados Pessoais

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais saiu de um avanço de 0,41% em outubro para um recuo de 0,04% em novembro. O grupo deu contribuição zero para a taxa de 0,18% do IPCA do último mês.

O recuo no grupo foi sustentado pela queda de 1,07% nos artigos de higiene pessoal, após uma elevação de 0,57% do mês anterior.

Artigos de Residência

O grupo Artigos de Residência saiu de um recuo de 0,34% em outubro para uma queda de 1% em novembro. O grupo contribuiu com -0,03 ponto porcentual para a taxa de 0,18% do IPCA do último mês.

“Artigos de residência teve a taxa mais baixa para meses de novembro desde o início do Plano Real”, ressaltou Fernando Gonçalves.

Em novembro, os destaques no grupo foram as reduções de preços nos eletrodomésticos e equipamentos (-2,44%) e TV, som e informática (-2,28%).

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Por Redação Folha de Guarulhos.

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