Passageiro morre ao ficar preso entre porta de plataforma e trem do Metrô

Um passageiro morreu ontem na Estação Campo Limpo da Linha 5-Lilás da Companhia do Metropolitano de São Paulo, após ficar preso entre a porta da plataforma e o trem. De acordo com a ViaMobilidade, concessionária que administra a linha, a ocorrência foi registrada por volta das 8 horas.

“Neste momento, todos os esforços da concessionária estão concentrados na identificação da vítima, que não portava documentos, e de seus familiares, para prestar o suporte necessário”, disse a empresa. Até o início da noite, não havia confirmação oficial da identidade da vítima.

Nas redes sociais, usuários relataram caos para conseguir embarcar por causa da lotação de plataformas e trens, principalmente no horário de pico. Em entrevista à TV Globo, passageiros que estavam no local no momento do acidente relataram desespero para tentar impedir que o trem saísse. “A primeira porta do desembarque fechou e a porta do trem junto com o rapaz. O trem passou por cima dele. Todo o mundo ficou desesperado, começou a chorar. Ele ficou preso entre as portas.”

O QUE HOUVE?

As portas possuem um sensor de movimento de obstrução, mas ele funciona apenas para impedir que os trens partam com as portas abertas. Não há sensores no vão entre a porta da plataforma e a porta do trem. “A Linha 5-Lilás dispõe de um sistema, utilizado nacional e internacionalmente, de sensores de obstrução de portas para impedir que os trens partam com as portas abertas. No caso em questão, mesmo após os alarmes visuais e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o passageiro acabou ficando no espaço entre o trem e a plataforma, onde não há sensores. “Como tanto as portas de plataforma quanto as do vagão estavam fechadas, o trem partiu”, explicou a concessionária.

Desde 2022, todas as estações da linha operam com as portas de plataforma, sistema de segurança instalado para evitar queda de objetos na via e reduzir riscos de acidente. Além das Linhas 5-Lilás e 4-Amarela, algumas estações das Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha também possuem as portas de segurança. Em 2019, quando foram contratadas, o governo do Estado de São Paulo afirmou que essas portas são equipamentos de segurança que permitem “a redução do número de interferências na via, aumentando a regularidade da circulação dos trens e a segurança dos usuários”.

De acordo com o contrato, as portas contratadas para as Linhas Azul, Verde e Vermelha deveriam ter 2,10 metros de altura, sensor de presença de pessoas no vão entre os trens e as portas e transparência mínima de 70% nas áreas das fachadas. Em fevereiro deste ano, as portas de plataforma começaram a ser instaladas na Sé, uma das estações mais movimentadas da capital. Outras grandes estações como Palmeiras-Barra Funda, Corinthians-Itaquera e Tamanduateí também já têm o sistema de segurança. Segundo a ViaMobilidade, a Linha Lilás tem 1.248 portas que passam por 262 mil ciclos de abertura e fechamento por dia.

SEGUNDO CASO EM 2025

De acordo com a ViaMobilidade, é a primeira vez que ocorre um acidente desse tipo nas linhas operadas pela concessionária. Mas em março uma passageira ficou presa entre a porta de segurança e do vagão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo.

O incidente aconteceu na Estação Vila Prudente. Na ocasião, o Metrô informou que a mulher não teve ferimentos e foi retirada com apoio da equipe da companhia.

De acordo com a empresa, a usuária tentou embarcar após a emissão dos alertas sonoros e luminosos, quando as portas da plataforma e da composição já estavam em processo de fechamento. “Ela foi assistida pela equipe de plataforma e, sem ferimentos, dispensou o atendimento médico”, disse a empresa.

OUTRA FALHA

Ainda ontem, a Linha 15-Prata do Metrô, o monotrilho da zona leste, sofreu uma falha na Estação São Lucas, entre 13h e 14h. Alguns passageiros precisaram descer dos vagões e caminhar pela plataforma de segurança do monotrilho até chegar a outro trem que foi enviado ao local. (COLABOROU GIOVANNA CASTRO)

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