O ouro fechou o dia em queda, em meio à forte valorização do dólar logo após a confirmação de que as tarifas dos EUA contra outros países, anunciada na quinta-feira, 30, por Donald Trump e confirmada nesta sexta-feira, 31, pela Casa Branca, já terá início no sábado. A semana foi marcada pela alta do metal precioso, sustentada pela demanda da commodity por incertezas econômicas globais em meio à nova política tarifária dos Estados Unidos.
Nesta sexta-feira, o ouro para fevereiro recuou 0,37%, a US$ 2.812,50 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, o metal acumulou alta de 1,26%.
O recuo foi acentuado no fim do pregão, com anúncios de tarifas de 10% sobre a China pela Casa Branca.
A VT Markets pondera que “o fortalecimento do dólar se alinha com tendências recentes do mercado com os investidores antecipando potenciais quedas na taxa de juros do Fed”.
A corretora aponta que a demanda pelo metal como ativo de refúgio segue alta, mas investidores seguem monitorando uma possível retirada dos lucros da commodity. Em um mês, o metal avançou 6,56%.
Neil Meader, diretor de ouro e prata da Metals Focus, aponta que “um bom número de bancos centrais está interessado no ouro como forma de desdolarização”.
Segundo ele, esse movimento tem fortalecido a confiança dos investidores institucionais que desejam diversificar seus portfólios além das ações americanas. Por outro lado, há uma cautela em relação às tarifas, que já têm provocado impactos no mercado de ouro.
Apesar disso, Meader observa que o mercado ainda opera em um tom otimista no curto prazo, com possibilidades de novos ganhos. No entanto, ele ressalta que a Metals Focus adota uma postura mais cautelosa no médio prazo.
Na semana, o aumento no preço do ouro foi causado pela busca de ativos mais seguros em meio às incertezas anterior da política tarifária de Trump.
Anteriormente, o Commerzbank, apontou que, para o final de 2025, o banco alemão continua a esperar um preço do metal dourado em US$ 2.650 por onça troy. “É provável que os cortes nas taxas de juros do Fed terminem em meados do ano, e é por isso que o preço do ouro não deve ter um suporte importante”, acrescenta.