Os preços do ouro avançaram para novas máximas nesta quarta-feira, 16, impulsionados pela busca por ativos de proteção em meio à crescente aversão ao risco e à fraqueza do dólar americano. Apesar da possibilidade de correções pontuais, o metal precioso parece pronto para estender os ganhos, afirma Nikos Tzabouras, analista da Tradu.com.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para entrega em junho subiu 3,27%, fechando a US$ 3.346,4 por onça-troy. Durante o dia, o metal chegou a tocar a máxima de US$ 3.349,2.
A escalada das tensões comerciais tem alimentado o clima de incerteza. O presidente Donald Trump, sugeriu que países escolham entre os EUA ou a China em negociações bilaterais. O governo norte-americano também esclareceu que dois produtos chineses são alvo de tarifas de até 245%.
Do lado da China, o Ministério do Comércio afirmou que “não se deixará levar por jogos insignificantes de números e tarifas”, mas garantiu que “contra-atacará com firmeza” se seus interesses forem prejudicados. Ainda assim, segundo a Bloomberg, Pequim estaria disposta a retomar negociações com Washington, desde que uma série de condições seja atendida.
Evidenciando as tensões, o governo dos EUA anunciou novas sanções contra uma refinaria chinesa e empresas ligadas ao transporte de petróleo iraniano.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que o impasse comercial entre EUA e China pode provocar uma contração de até 1,5% no volume do comércio global até 2025.
Já a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) projeta desaceleração do crescimento global para 2,3% no próximo ano.
Tzabouras destaca que as políticas tarifárias de Trump têm enfraquecido o dólar e levantado dúvidas sobre sua capacidade de continuar atuando como ativo de proteção, o que aumenta o apelo do ouro. Segundo ele,o SPDR Gold Shares, maior ETF de ouro do mundo, ultrapassou a marca recorde de US$ 100 bilhões em ativos sob gestão.
*Com informações da Dow Jones Newswires