O ouro fechou em alta nesta quarta-feira, 27, ainda influenciado pela expectativa de corte de juros em setembro nos EUA, reforçada por discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na última sexta-feira. A falta de ímpeto do dólar, tensões geopolíticas e comerciais e preocupações do mercado com a influência do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o Fed também sustentaram os preços.
O metal com vencimento em dezembro encerrou em alta de 0,45%, a US$ 3.448,60 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex).
O Commerzbank ressalta que a tendência de alta do ouro vem desde o discurso de Powell, que abriu caminho para um corte de juros em setembro. “O dólar americano sofreu pressão diante do aumento das expectativas de corte de juros, beneficiando o ouro”, escreve o banco.
A instituição também aponta que a valorização do metal precioso foi impulsionada principalmente pela fraqueza do dólar, ao se analisar o preço do ouro em euros. “Embora o preço em euros também tenha subido, a valorização não foi tão expressiva quanto em dólares americanos. Após o ajuste das expectativas de juros, é improvável que o preço do ouro suba mais no curto prazo”, completa o Commerzbank.
Tensões geopolíticas e comerciais provavelmente manterão um prêmio de risco duradouro precificado no ouro, diz Priyanka Sachdeva, do Phillip Nova. “Os mercados parecem convencidos de que uma nova onda de tarifas nos EUA poderia enfraquecer a economia global”, acrescenta. Riscos geopolíticos persistentes, como os ataques intensificados da Ucrânia à infraestrutura energética russa, também podem aumentar a demanda pelo ouro como porto seguro, afirma a analista. Para ela, o metal ainda manteve ganhos diante de preocupações com a independência do Fed em meio a ameaças de Trump a integrantes da instituição, como a diretora Lisa Cook.
A SP Angel concorda que o metal precioso tenha ganhado força com o aumento da hostilidade entre Trump e o Fed, citando preocupações do mercado de que a maior influência da Casa Branca sobre o banco central americano possa ter graves implicações econômicas.
*Com informações da Dow Jones Newswires