A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ampliou sua projeção para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, em relatório mensal publicado nesta quarta-feira, 14. O cartel apontou que a produção brasileira aumentou no mês de março e alcançou o maior nível em quase dois anos.
A Opep espera que a oferta de combustíveis líquidos do Brasil suba cerca de 165 mil barris por dia (bpd) neste ano, para uma média de 4,3 milhões de bpd. No último relatório, a expectativa era de alta de 100 mil bpd.
O cartel destaca que o aumento de 65 mil bpd reflete previsão de aceleração na produção de diversos campos de petróleo bruto, mas pode sofrer atrasos com problemas operacionais.
Para 2026, a Opep ainda projeta aumento na oferta de 200 mil bpd, a 4,5 milhões de bpd, inalterada na comparação ao relatório anterior.
A produção brasileira de petróleo bruto subiu 130 mil bpd em março, à média de 3,6 milhões de bpd, segundo o cartel. Isso impulsionou a produção total de combustíveis líquidos no mesmo mês, para uma média de 4,4 milhões de bpd, maior nível desde dezembro de 2023 e 300 mil bpd acima do registrado em igual período do ano anterior. As produções de gás natural líquido (GNL) e biocombustíveis permaneceram inalteradas.
O Brasil continua como um dos quatro países de fora da Opep que mais deverão impulsionar o avanço da oferta global de combustíveis líquidos em 2025, lista que inclui EUA, Canadá e Argentina.
Economia brasileira
A Opep deixou inalteradas as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos próximos dois anos, prevendo alta de 2,3% em 2025 e de 2,5% em 2026. O cartel prevê efeitos apenas marginais das tarifas dos EUA neste ano e aceleração posterior da economia com impacto positivo de reformas fiscais, retomada do consumo doméstico e flexibilização da política monetária.
O relatório projeta que a inflação ficará elevada em torno de 5% ao longo do ano, apoiada pelo real mais fraco e pela persistência dos preços de serviços. Em resposta, o BC do Brasil terá que manter a postura restritiva, com possibilidade de novas altas de juros para ancorar expectativas inflacionárias, mesmo sob o risco de queda da inflação abaixo da meta no futuro.