A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) concordou neste sábado, 5, em aumentar a produção de petróleo em 548 mil barris por dia (bpd) em agosto. A decisão corresponde a uma aceleração em relação aos aumentos mensais de produção feitos em maio, junho e julho, da ordem de 411 mil bpd, e de 138 mil bpd em abril. O mercado esperava que o cartel anunciasse um aumento semelhante ao de julho.
Os volumes adicionais virão de oito membros do grupo – Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Casaquistão, Argélia e Omã. Desde abril, o grupo vem revertendo a mais recente série de cortes de 2,2 milhões de bpd. Com o novo aumento anunciado, o grupo terá ampliado a produção em 1,919 milhão de bpd desde abril, o que deixa apenas cerca de 280 mil bpd a serem acrescentados à frente.
No fim do ano passado, a Opep+ havia decidido que aumentaria a produção de petróleo em 2,2 milhões de barris por dia a partir de abril de 2025, num cronograma que terminaria no último trimestre de 2026. No plano original, os países do grupo deveriam produzir os volumes definidos para agosto apenas em maio de 2026.
Em nota, a entidade afirmou que a decisão deste sábado ocorre diante de uma “perspectiva econômica global estável e fundamentos de mercado saudáveis, refletidos nos baixos estoques de petróleo”.
A Opep e países aliados, que respondem por mais da metade da produção mundial de petróleo, estão aumento a oferta da commodity mesmo diante de perspectivas mais fracas para a demanda. A mudança de postura reflete o esforço da Arábia Saudita para recuperar participação de mercado perdida para concorrentes e limitar membros como o Casaquistão, que excederam repetidamente as metas de produção.
A nota deste sábado da Opep+ também afirma que os aumentos graduais podem ser pausados ou revertidos conforme as condições do mercado evoluam. O grupo também reafirma a intenção de “compensar totalmente qualquer volume superproduzido desde janeiro de 2024”.
A próxima reunião dos oito países membros está marcada para 3 de agosto, quando será deliberado sobre os níveis de produção de setembro.
*Com informações da Dow Jones