Oferta hostil da Paramount pela Warner Bros. abre novo capítulo de disputa com a Netflix

A Paramount abriu nesta segunda-feira, 8, um novo capítulo na disputa pela Warner Bros. Discovery ao anunciar uma oferta hostil de US$ 77,9 bilhões, poucos dias depois de a rival ter acertado um acordo com a Netflix. O movimento, conduzido pelo CEO David Ellison, leva a proposta diretamente aos acionistas da Warner.

Ellison afirmou que a oferta 100% em dinheiro, de US$ 30 por ação, é superior à proposta da Netflix – que concordou em pagar US$ 72 bilhões, em dinheiro e ações, pelos estúdios da Warner e pelo HBO Max, após a empresa ser dividida em duas.

Segundo a Paramount, sua proposta entrega US$ 18 bilhões adicionais em dinheiro e tem mais chances de superar barreiras regulatórias. Os acionistas da WB têm até 8 de janeiro para decidir se entregarão suas ações.

A ofensiva ocorre em meio à crescente pressão política em Washington. A Netflix precisa do aval do governo de Donald Trump, que já indicou preocupação com o aumento de participação de mercado da gigante do streaming.

Trump também mantém relações próximas com Larry Ellison, cofundador da Oracle e pai de David, e cuja família está entre os pilares financeiros da oferta da Paramount.

A disputa ganhou novos contornos no fim de semana, quando a Netflix enviou um e-mail a seus assinantes afirmando que, “por enquanto, nada vai mudar” após o anúncio da compra da Warner. A mensagem, enviada logo após a revelação do negócio avaliado em US$ 82,7 bilhões incluindo dívidas, assegura que franquias como Harry Potter e Game of Thrones seguirão em plataformas separadas até a conclusão das aprovações regulatórias e societárias.

O lance hostil da Paramount cria um embate direto com a Netflix. Caso desista do acordo, a Warner deverá pagar US$ 2,8 bilhões de multa à Netflix. Já a Paramount afirma que a Warner nunca engajou de forma significativa nas seis propostas apresentadas nas últimas 12 semanas.

Se vencer, a Paramount incorporará marcas icônicas como HBO, CNN, Harry Potter e DC Comics, fortalecendo o império de mídia e tecnologia da família Ellison, que também deve ter papel relevante nas operações do TikTok nos EUA após acordo preliminar apoiado pela Casa Branca.

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Por Redação Folha de Guarulhos.

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