Ministro do Turismo atua e COP-30 passa a aceitar açaí, tacacá e maniçoba

Por Daniel Weterman
A organização da COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática) voltou atrás na decisão de excluir açaí, tacacá e maniçoba do cardápio dos restaurantes do evento e passou a aceitar os alimentos, após atuação do ministro do Turismo, Celso Sabino.

A Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI),responsável por fazer as contratações para o evento de Belém, havia publicado um edital com as regras para a seleção de operadores de restaurantes e quiosques que funcionarão durante a COP. Os restaurantes e quiosques não poderiam ofertar os produtos típicos da Amazônia durante os dias do evento. Neste sábado, 16, o edital foi republicado.

O ministro, que é de Belém, entrou na articulação com chefes de cozinha paraenses para garantir que pratos e ingredientes típicos da culinária paraense como maniçoba, açaí e Tucupi tivessem espaço na COP30, segundo nota do Ministério do Turismo. Após conversar com a OEI e o secretário-geral da COP, Valter Corrêa, ele anunciou que o edital seria republicado.

Em vídeo nas redes sociais, Sabino afirmou que a organização “pecou, cometeu um grave erro impedindo a entrada dos principais produtos da gastronomia paraense. “Vai ter açaí, vai ter tacacá e vai ter maniçoba na COP 30, sim”, disse o ministro.

A organização também mudou a orientação sobre a carne vermelha. Anteriormente, o edital determinava que os restaurantes evitassem o uso desse tipo de produto. Agora, o termo ficou suavizado, e os estabelecimentos deverão “incentivar a redução gradual do consumo de produtos de origem animal.”

A exclusão do açaí e de outros alimentos típicos da região Norte foi justificada pelo risco à saúde. Conforme o edital, o açaí tem “risco de contaminação por Trypanosoma cruzi causador da doença de Chagas, se não for pasteurizado”.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2023 foram confirmados 4.560 casos de doença de Chagas no Brasil. A preparação do açaí traz risco de contágio da doença, segundo especialistas. O quadro é provocado pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Há algumas décadas, ele era transmitido primordialmente por meio da picada do inseto barbeiro. Com a urbanização, isso se tornou menos comum.

“O barbeiro pode estar no cacho do açaí. Ao ser moído, o inseto vai junto. Ou quando o preparo é feito à noite, e a luz atrai o barbeiro, que acaba saindo naquele suco que está sendo preparo”, afirma Odilson Silvestre, médico cardiologista no Hospital Silvestre Santé, no Acre.

“O barbeiro pode estar no cacho do açaí. Ao ser moído, o inseto vai junto. Ou quando o preparo é feito à noite, e a luz atrai o barbeiro, que acaba saindo naquele suco que está sendo preparo”, afirma Odilson Silvestre, médico cardiologista no Hospital Silvestr

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