Meta tira brasileiro do Google em onda de contratações milionárias para turbinar IA

Mat Velloso, brasileiro que liderava o time de desenvolvedores do Google DeepMind nos esforços de inteligência artificial (IA), está de casa nova. O programador anunciou na última semana que vai integrar o time de Mark Zuckerberg na Meta, que busca atingir a superinteligência artificial – divisão recém construída pela empresa.

“Estou muito animado por me juntar à Meta e à sua equipe de Superinteligência! Vamos moldar o futuro da IA!”, afirmou Velloso em uma publicação no LinkedIn.

O paulistano, criado em Belo Horizonte e com passagem por Brasília para cursar Administração, chegou ao Google com a missão de “conquistar” programadores. À frente da equipe de Relações com Desenvolvedores (DevRel) da DeepMind e do AI Studio, o programador trabalha com o desenvolvimento de modelos como o Gemini e o seu “irmão” menos conhecido, o Gemma, uma IA aberta voltada para desenvolvedores.

Antes disso, ele passou 15 anos na Microsoft, período em que teve contato com o ChatGPT, resultado dos investimentos iniciais de US$ 13 bilhões que a companhia fundada por Bill Gates fez na então desconhecida startup. Da época em que começou a testar o chatbot, Velloso recorda de um desafio que soa impensável na atualidade: convencer Gates de que aquela tecnologia seria duradoura e não apenas mais uma ferramenta “da moda”.

O movimento de Velloso é um exemplo do esforço de Zuckerberg em “garimpar” talentos dentro de outras empresas de IA para construir a Meta Superintelligence Labs (MSL). Nas últimas semanas, o empresário anunciou um investimento massivo na Scale AI, incluindo a nomeação de Alexandr Wang, fundador da startup, como diretor de IA da nova área.

A maior vítima das tentativas de Zuckerberg, porém, tem sido a OpenAI, rival direta da empresa no desenvolvimento da tecnologia. Em meados de junho, Sam Altman, criador do ChatGPT, afirmou que a Meta estava abordando seus funcionários com a promessa de salários altos e bônus de até US$ 100 milhões por assinatura de contrato. Da mesma forma, a Meta também procurou outros rivais, como Google e Microsoft.

Em uma provocação, Altman chegou a dizer que Zuckerberg não tinha passado “nem perto” de abordar seus maiores talentos e que o dono da Meta estava se contentando com engenheiros de “baixo escalão”.

“O que a Meta está fazendo, na minha opinião, levará a problemas culturais muito profundos. Teremos mais a compartilhar sobre isso em breve, mas é muito importante para mim que façamos isso de forma justa e não apenas para as pessoas que a Meta visou”, escreveu Altman em um comunicado aos seus funcionários, visto pela revista Wired.

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