María Corina Machado não vai participar da cerimônia do Prêmio Nobel da Paz

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que vive escondida no país, não vai receber pessoalmente o Prêmio Nobel da Paz nesta quarta-feira, 10, em Oslo, informou o Instituto Nobel da Noruega. A assessoria da política, no entanto, está “otimista” com a participação de Machado, que fez sua última aparição pública há 11 meses, no restante da agenda do dia.

Ela não é a primeira a “perder” a cerimônia: cinco laureados estavam detidos ou presos na época da premiação. O caso mais recente é o da ativista iraniana Narges Mohammadi, ganhadora de 2023, que se opôs ao uso obrigatório do hijab e à pena de morte. Mohammadi estava detida na prisão de Evin, em Teerã, à época da premiação.

A filha de Machado receberá a honraria em seu nome. Ela fará a leitura de uma declaração escrita por sua mãe, informou o diretor do Instituto Nobel, Kristian Berg Harpviken

Machado não é vista em público desde 9 de janeiro, quando foi detida depois de participar de um protesto em Caracas, capital da Venezuela.

Caminho até o Nobel da Paz

María Corina foi anunciada ganhadora do Nobel da Paz em 10 de outubro. O prêmio foi concedido à Machado “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.

Ela venceu as primárias da oposição e pretendia desafiar o presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais do ano passado, mas o governo a impediu de concorrer ao cargo. O diplomata aposentado Edmundo González assumiu seu lugar na corrida presidencial.

Mas o período que antecedeu as eleições de 28 de julho de 2024 foi marcado por repressão generalizada, incluindo desqualificações, prisões e violações dos direitos humanos. A situação se agravou após o Conselho Nacional Eleitoral do país, composto por aliados de Maduro, declarar o atual presidente vencedor.

Após a reeleição de Maduro, González buscou asilo na Espanha no ano passado, depois que um tribunal venezuelano emitiu um mandado de prisão contra ele. (Com agências internacionais)

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Por Redação Folha de Guarulhos.

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