O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, falou nesta sexta-feira, 7, diretamente sobre o “afastamento” dos combustíveis fósseis, um dos temas mais sensíveis na pauta negociadora da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Ele repetiu a tradicional linguagem diplomática dos países em desenvolvimento sobre o tema, ao defender um processo “ordenado e equitativo” para o fim do uso desses insumos na matriz energética.
“Um processo justo, ordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda o acesso a tecnologias e financiamento para os países do Sul Global”, afirmou Lula, durante o sessão temática sobre transição energética, no segundo dia da Cúpula do Clima.
O governo brasileiro tem batido na tecla sobre a necessidade de recursos arrecadados com a exploração do petróleo para a viabilização de medidas socioambientais.
Ainda neste tema, Lula falou no fim do mês de outubro sobre o papel da Petrobras como uma futura “empresa de energia”, em detrimento de um negócio voltado apenas para o setor petrolífero.
A fala encontra concordância com discursos da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que vem defendendo maior focalização, das empresas neste setor, em fontes renováveis e limpas.
Nesta sexta, o presidente do Brasil, ao lado de líderes mundiais, também reforçou que há espaço para explorar mecanismos como a troca de dívida por financiamento de iniciativas de mitigação climática e transição energética. A ideia não é nova, mas precisa ganhar escala no mundo, de acordo com os negociadores brasileiros.


