Integração regional é chave para reconstrução da Ucrânia, diz presidente do BCE

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a Ucrânia está passando por um momento crucial, onde enfrenta as dificuldades da guerra, o desafio da reconstrução e a oportunidade de uma integração regional mais profundo. Lagarde participou de uma conferência anual organizada pelo Banco Nacional da Ucrânia e pelo Narodowy Bank Polski em Kiev, Ucrânia.

“Diante da guerra de agressão injustificada da Rússia, os ucranianos demonstraram coragem e resiliência extraordinárias na defesa de seu país”, afirmou a mandatária da autoridade monetária da Europa.

Sobre a oportunidade de uma integração maior da Ucrânia com a Europa, Lagarde disse que “a experiência mostra que laços mais estreitos com a vizinhança europeia podem fornecer uma base sólida para a Ucrânia reconstruir e emergir mais forte”

“E à medida que as tensões geopolíticas aumentam e as cadeias de suprimentos globais se fragmentam, o argumento para uma cooperação regional mais profunda nunca foi tão claro”, acrescentou Lagarde.

Ela lembrou da Guerra Fria, quando a Cortina de Ferro “fraturou a economia europeia”, disse, destacando que, na época, o comércio entre o Leste e o Oeste caiu pela metade. “Essa divisão foi como impor uma tarifa de 48%, levando a imensas perdas de bem-estar e isolando o bloco oriental dos mercados globais”, afirmou.

Sobre as relações econômicas na Europa, Lagarde disse que o parceiro comercial mais importante da Europa é a própria Europa. “Cerca de 65% das exportações da zona do euro vão para outros países europeus, incluindo o Reino Unido, Suíça e Noruega. Para a Ucrânia também, a Europa é o principal parceiro comercial, respondendo por mais de 50% do comércio de bens em 2024.”

Lagarde lembrou ainda que acordos realizados entre a União Europeia e a Ucrânia para o livre comércio impulsionou reformas significativas no setor financeiro local. “A regulamentação bancária da Ucrânia agora está alinhada com mais de 75% dos padrões da UE, cobrindo áreas críticas como adequação de capital, governança e auditoria”, destacou.

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