O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) atingiu o menor patamar registrado desde junho de 2020, durante a pandemia de covid-19, de acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira,11.
Neste mês de julho, o indicador caiu 1,3 ponto, de 48,6 para 47,3 pontos. Pela metodologia, valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e valores abaixo dessa linha divisória indicam falta de confiança.
Para a CNI, há um “aprofundamento da falta de confiança que vem sendo registrada no setor industrial brasileiro desde janeiro de 2025”, conforme nota divulgada com os dados.
É o sétimo mês consecutivo em patamar abaixo de 50 pontos, segunda pior sequência no campo negativo da história do indicador, atrás, somente, dos resultados observados entre 2015 e 2016, durante a crise econômica.
“O fato de os juros terem subido ainda mais na última reunião do Copom contribuiu para intensificar essa piora das expectativas e da confiança dos industriais”, disse em nota Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI.
Expectativa
O Índice que mede as expectativas dos industriais para os próximos seis meses caiu 1,2 ponto em julho, ficando abaixo de 50 pontos. É a primeira vez, desde janeiro de 2023, que os empresários da indústria estão pessimistas com o futuro, informou a CNI.
Em julho, o Índice de Expectativas caiu para 49,7 pontos. “Ao ficar abaixo da linha divisória, o indicador revela que as perspectivas dos industriais para a economia e os próprios negócios nos próximos seis meses se tornaram negativas”, apontou a Confederação.
O Índice de Expectativas é um dos dois componentes do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Outro componente é o chamado Índice de Condições Atuais (ICEI), que caiu 1,7 ponto no mês atual, ficando em 42,4 pontos.
“Para os empresários, as condições atuais da economia brasileira e dos próprios negócios são piores do que há seis meses”, analisa o relatório divulgado. Para essa edição da pesquisa mensal da CNI foram consultadas 1.209 empresas, sendo 482 de pequeno porte, 442 de médio porte, e 285 de grande porte, entre os dias 1º e 7 de julho de 2025. Ou seja, antes do anúncio do governo dos EUA sobre eventual tarifa de importação, do lado norte-americano, em 50%.