O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira, 11, uma nova versão do mapa-múndi, com o estado do Pará no centro do planeta, como forma de valorizar a COP30, evento mundial que está acontecendo em Belém para debater o combate às mudanças climáticas.
O mapa está invertido ao que normalmente é mostrado, com o hemisfério sul na parte de cima e o hemisfério norte na parte de baixo. Em postagem nas redes sociais, o IBGE “afirma que é uma forma de valorizar Belém como capital simbólica do Brasil durante a COP, no mês em que o compromisso de construir uma transição ecológica justa e sustentável ganha destaque”.
A representação também demarca o território do Brasil, da Amazônia, dos outros países que tem partes da maior floresta tropical do planeta e a “Amazônia Azul”, a região do Oceano Atlântico que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira, de exploração econômica exclusiva do Brasil.
A COP em Belém é a trigésima edição da “Conferência entre as Partes”, evento anual realizado pela Organização das Nações Unidas para debater o combate às mudanças climáticas. O principal objetivo é chegar a acordos entre todos os países para evitar o aumento na temperatura média da terra em 1,5ºC em relação à média de antes do início da revolução industrial. É a primeira vez que uma COP ocorre no Brasil.
Em 2024, o IBGE havia publicado uma versão do mapa-múndi com o Brasil no centro, em versão atualizada do Atlas Geográfico Escolar. Na ocasião, a mudança gerou polêmica, com acusações nas redes sociais de que refletiria uma visão ideológica do ensino de geografia.
O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, defendeu a decisão de colocar o Brasil no centro após as reações. “A centralidade dos países do Norte Global nas projeções cartográficas é expressão do projeto eurocentrista de modernidade Ocidental. A emergência do Sul Global acompanha o reposicionamento do Brasil no mapa-múndi”, disse, nas redes sociais.
Tecnicamente, tanto o mapa com Belém no centro como o do Brasil são tão corretos quanto possível para representar uma superfície real que é esférica numa imagem plana. No espaço, não existe em cima e embaixo, portanto, os hemisférios norte e sul foram definidos apenas por convenção, enquanto qualquer lugar pode ser considerado o centro – outros países, como Austrália e Nova Zelândia também fazem mapas nos quais seus territórios aparecem no centro.


