O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se referiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o “maestro da orquestra”, que tem a função de organizar o time, ao falar sobre as soluções propostas pelo governo para garantir o equilíbrio fiscal. “É um equívoco imaginar que um presidente possa se abster de opinar sobre o que é justo. Existem várias formas de organizar as contas públicas”, disse Haddad, em entrevista à RedeTV!, gravada na quinta-feira, 30.
Na área econômica, muitas vezes o caminho “mais longo” é o mais sustentável, segundo ministro. Em outros governos, o Ministério da Fazenda tinha “licença para matar”, o que não é algo positivo, na visão de Haddad.
O atual governo optou por “atacar privilégios” para ajustar as contas, em vez de adotar o caminho “muito fácil” de lançar medidas como o congelamento do salário mínimo, segundo o ministro. A correção do piso só pela inflação resultou em 33 milhões de pessoas passando fome, de acordo com Haddad.
Em relação à avaliação da sua gestão à frente da Fazenda até aqui, Haddad disse que recebe críticas “equilibradas”, tanto do PT quanto de outros agentes, como o mercado financeiro. “A vida de ministro da Fazenda nunca vai ser leve”, afirmou Haddad, que avalia que receber críticas dos dois lados significa que o governo busca o equilíbrio.
2026
Questionado sobre um eventual pedido de Lula para ser candidato à Presidência, Haddad disse que “não tem o 2026 em mente” e que o Brasil não pode se dar ao luxo de esquecer de uma figura como a do atual presidente.
Para Haddad, a extrema direita “se firmou no mundo” e deverá estar presente com força nas próximas eleições, ainda que na figura de “alguém que come com garfo e faca”.