A Fitch Ratings caracteriza as perspectivas fiscais dos Estados Unidos como “desafiadoras” em um cenário sem reformas significativa nas despesas, conforme relatório divulgado nesta quarta-feira.
A agência diz esperar que o déficit fiscal permaneça elevado na maior economia do planeta, uma vez que o governo do presidente americano, Donald Trump, não deve promover mudanças significativas na política econômica no restante do mandato.
“Os grandes déficits fiscais, dívidas e encargos com juros dos EUA são um peso à sua classificação soberana ‘AA+’/Estável”, alerta a instituição, que vê poucas alterações na trajetória desde o rebaixamento da nota de crédito em agosto de 2023.
A Fitch prevê que o déficit fiscal geral do governo diminuirá de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 para 7,1% do PIB em 2025, com projeção de US$ 160 bilhões em receitas geradas por tarifas alfandegárias.
No entanto, segundo a análise, a métrica deve voltar a aumentar a 7,6% do PIB em 2026, impulsionada pelo plano de cortes de impostos do governo e um crescimento econômico mais fraco. A expectativa da agência é de que a dívida alcance 120% do PIB em 2026, antes de avançar para 135% em 2029.
A Fitch reconhece que um conjunto de medidas de redução de gastos proposto pelo Congresso abrirá algum espaço nas contas públicas, enquanto os esforços do Departamento de Eficiência (DOGE, na sigla em inglês) deve gerar economia anual de US$ 150 bilhões. “Contudo, uma reforma significativa nos direitos obrigatórios será essencial para reforçar a sustentabilidade das finanças públicas a médio prazo”, avalia.