A Federação Alemã de Futebol (DFB na sigla em alemão) quer ser indenizada sempre que jogadores formados em suas seleções de base optem por defender outros países no profissional. A informação foi revelada pelo diretor geral da entidade, Andreas Rettig, em entrevista à agência de notícias alemã Dpa.
“Para mim, não faz sentido que um jogador, que foi treinado principalmente no seu clube durante cinco anos, mas também pela federação como parceiro júnior, possa mudar de associação nacional gratuitamente. Estamos verificando se existe a possibilidade de uma compensação pela formação quando os jogadores mudam de nacionalidade. Este assunto ainda não foi abordado de forma exaustiva. Mas, a formação tem de valer a pena para ambos os lados, tanto para o jogador como para quem forma”, defendeu Rettig.
A discussão sobre mudanças de nacionalidades envolvendo atletas alemães se intensificou recentemente com os casos de Kenan Yildiz, da Juventus, e Can Uzun, do Eintracht Frankfurt, que escolheram defender a Turquia. Além deles, Muhammed Damar, do Hoffenheim, e Nicolò Tresoldi, do Club Brugge, que já defenderam a Alemanha nas categorias de base, também são cobiçados por Turquia e Itália, respectivamente.
No entanto, o futebol alemão também já se beneficiou do movimento inverso, de jogadores formados em outros países que escolheram defender a seleção alemã principal. Um dos casos recentes mais famosos é o de Jamal Musiala, do Bayern de Munique, que passou pela base da Inglaterra. Além disso, o brasileiro Cacau defendeu a Alemanha na Copa do Mundo de 2010, enquanto Mesut Özil e Sami Khedira, filhos de imigrantes turcos, foram campeões mundiais com a Alemanha em 2014.
Na última convocação da Alemanha para esta Data Fifa de novembro, ao menos 12 atletas poderiam ter optado por representar outros países. Em relação ao número de jogadores com dupla nacionalidade, Rettig afirma que o futebol possui taxas maiores do que a própria realidade da população alemã.
“Na Alemanha, 43% das crianças com menos de cinco anos têm dupla cidadania. Quando tiverem mais 10 ou 12 anos, podem decidir se preferem a seleção alemã ou, por exemplo, a turca. Analisamos as listas de convocados desde o Sub-15 até o Sub-21 na federação. A porcentagem (de jogadores com dupla nacionalidade) é significativamente superior aos 43% mencionados. Há categorias em que sete ou oito jogadores no onze inicial têm dupla nacionalidade”, explicou Rettig.
Apesar de a Federação Alemã defender esta tese, possíveis indenizações só entrariam em vigor se fossem aprovadas e implementadas pela Fifa.


