O governo americano determinou nesta quarta-feira, 11, a redução de sua presença diplomática e militar no Iraque, Kuwait e no Bahrein, em meio a sinais de aumento da tensão com o Irã. O anúncio ocorre em paralelo ao pessimismo diante de um acordo nuclear com o regime dos aiatolás e as frequentes ameaças de um ataque israelense ao programa atômico iraniano.
O Comando Central Americano, que supervisiona as tropas americanas no Oriente Médio, autorizou a saída voluntária de “dependentes militares de locais” em toda a região, e informou que monitora o aumento da tensão regional.
O oficial militar mais graduado dos EUA para o Oriente Médio, o general Erik Kurilla, estava programado para testemunhar perante o Comitê de Serviços Armados do Senado nesta quinta-feira, 12, mas o depoimento foi adiado, de acordo com o site do comitê. O Pentágono não fez comentários imediatos sobre o motivo do adiamento.
A decisão americana de retirar pessoal não essencial das embaixadas em Bagdá, Manama e na Cidade do Kuwait também coincidem com um alerta do Reino Unido sobre novas ameaças ao transporte comercial no Oriente Médio.
O alerta britânico veio da agência de comércio marítimo do país, que emitiu um aviso público dizendo que “tomou conhecimento do aumento das tensões na região, o que poderia levar a uma escalada das atividades militares com impacto direto sobre os marinheiros”. O aviso instou os navios comerciais que transitam pelo Golfo Pérsico, Golfo de Omã e Estreito de Ormuz a terem maior cautela.
Mais cedo, o presidente Donald Trump disse em um podcast que está “menos confiante” nas perspectivas de um acordo com o Irã. Negociadores americanos e iranianos planejam se reunir no final desta semana para mais uma rodada de negociações, embora Trump tenha dito a repórteres na segunda-feira que o Irã adotou uma posição negocial “inaceitável”.
Do lado iraniano, a missão persa na ONU postou nas redes sociais que “ameaças de força avassaladora não mudarão os fatos”. “O Irã não está buscando armas nucleares, e o militarismo dos EUA apenas alimenta a instabilidade”, escreveu a missão iraniana.
O ministro da Defesa Aziz Nasirzadeh disse que, no caso de um conflito após o fracasso das negociações nucleares, os Estados Unidos sofreriam pesadas perdas com os ataques iranianos às bases americanas no Oriente Médio.
“Se nos for imposto um conflito, as baixas do adversário serão certamente superiores às nossas e, nesse caso, os Estados Unidos terão de abandonar a região, porque todas as suas bases estão ao nosso alcance”, afirmou à agência Irna. “Temos acesso a elas e atacaremos todas elas nos países anfitriões sem hesitação.”
O Departamento de Estado não forneceu detalhes sobre quantos funcionários seriam retirados do Iraque, nem o motivo.
(Com agências internacionais)