O senador Fernando Farias (MDB-AL) defendeu que empresas brasileiras com investimentos nos Estados Unidos, como é o caso de JBS, Weg e Embraer, façam pressão na Casa Branca contra as tarifas de 50% ao Brasil. O mesmo vale para companhias americanas com relação com o País como Cargill, Exxon e Caterpillar, disse o parlamentar nesta quarta-feira, 30.
“É muito importante as empresas dos Estados Unidos vinculadas ao Brasil, como Cargill, Exxon, Caterpillar, e as que possuem investimentos aqui, JBS, Embraer, Weg, fazer uma pressão em relação à Casa Branca”, afirmou Farias, em coletiva de imprensa, em Washington.
Na sua visão, essa é a “coisa mais rápida” que pode ser feita para evitar que o Brasil seja impactado com a tarifaço de 50% do presidente dos EUA, Donald Trump, no curto tempo que resta para a entrada em vigor das tarifas. A cobrança está prevista para ser iniciada na sexta-feira, dia 1º de agosto. Trump reiterou hoje que o prazo aos países não será postergado.
“É a coisa mais rápida que pode acontecer para esse pouco tempo, para ver se a gente consegue estender esse prazo de negociação”, disse Farias.
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comitiva de senadores que foram aos EUA para debater as tarifas impostas a produtos brasileiros, afirmou que tem sido feito apelo a todos os envolvidos, empresas que doaram ou não para o Comitê de Trump, para aliviar o tarifaço de Trump ao Brasil.
A Pilgrim’s Pride, subsidiária da JBS, doou US$ 5 milhões para o comitê do presidente Trump. O valor superou a cifra que big techs como Apple, Amazon, Meta e Google repassaram para o republicano. A doação da Pilgrim’s, aliás, foi criticada pela senadora democrata Elizabeth Warren, que questionou os CEOs das companhias a respeito, manifestando preocupação com a possibilidade de influência nas decisões do governo republicano.
“O apelo foi feito para todos os empresários com quem a gente teve contato. Tanto os que doaram, quanto os que nos doaram, que apoiam ou que não apoiam, porque o estrago vai bater em todo mundo”, disse Trad, a jornalistas, mais cedo.
“Nós pedimos um foco de ação. Vamos tentar postergar o prazo, para que tenha condições de ter diálogo. Como é que você vai se entender com alguém se você não conversar?”, acrescentou.