A Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE Guarulhos) veio a público refutar ponto a ponto uma série de alegações de irregularidades divulgadas pela chapa de oposição durante a acirrada disputa eleitoral deste ano. Após consulta à diretoria, a reportagem apurou que as acusações foram prontamente desmentidas com dados, documentos e contradições no próprio discurso oposicionista. A seguir, cada ponto contestado é detalhado.
Oscilação no número de associados é normal, não “queda” anormal
Um dos argumentos da oposição foi a suposta “perda de associados” durante a atual gestão. A diretoria da ACE classifica essa afirmação como falsa e leviana, explicando que há oscilações naturais no quadro de associados, um “movimento de pêndulo” normal em qualquer entidade.
Segundo a ACE, o associado não é obrigado a permanecer pagando continuamente e não pode ser cobrado de forma coercitiva – o estatuto prevê que a adesão é voluntária. Assim, muitos empreendedores entram e saem conforme suas necessidades e condições, havendo períodos em que alguns ficam inadimplentes (tendo seu status marcado como “suspenso”), mas depois regularizam a situação e retornam ao quadro ativo.
“Eles misturaram associado ativo com não ativo, colocando tudo no mesmo balaio para criar uma narrativa enganosa”, criticou um diretor ouvido pela reportagem, referindo-se aos autores da acusação. Na prática, não houve uma “redução real” de associados, mas sim flutuações naturais: se um associado deixa de pagar por dois meses, ele temporariamente sai da contagem de ativos; ao quitar seus boletos atrasados, imediatamente volta a compor o universo ativo.
Dados internos indicam que, ao contrário da ideia de “debandada”, a ACE ampliou significativamente sua base nos últimos anos. O número médio de associados era em torno de 1.300, e chegou a aproximadamente 3.500 cadastros durante a gestão atual – embora nem todos estejam ativos simultaneamente, já que esse total inclui oscilantes entre ativos e suspensos. “Horas estão ativos, horas suspensos”, resumiu a diretoria, reiterando que o importante é a tendência de crescimento e engajamento, não o alarmismo em torno de variações momentâneas.
Como exemplo da diferença entre associado suspenso e ativo, a ACE citou um caso envolvendo um aliado da oposição. Esse aliado tentou recentemente reativar o cadastro de sua empresa , criado há duas décadas, mas descobriu que ela constava como “suspensa” por inadimplência prolongada. Ou seja, o próprio aliado da chapa opositora conhece bem a distinção entre um registro suspenso e um ativo, argumenta a entidade – contrariando a narrativa que mistura categorias para sugerir uma evasão que não condiz com a realidade.
Finanças sob controle: contas aprovadas e “parecer fantasma” contestado
Outra frente de ataque oposicionista focou nas finanças da associação, ventilando a existência de um “rombo” ou déficit milionário nas contas da ACE Guarulhos. Essas insinuações, amplificadas em redes sociais e até em um portal local, foram taxativamente desmentidas pela diretoria, que apresentou provas de regularidade financeira e expôs a origem duvidosa do suposto relatório que embasaria a acusação.
Em 18 de novembro de 2025, o Conselho Fiscal da ACE – órgão independente composto por profissionais de contabilidade – aprovou por unanimidade as contas referentes ao 3º trimestre de 2025, assim como já vinha aprovando todos os balanços trimestrais desde 2020. Essa foi a 23ª aprovação consecutiva das contas na gestão do presidente Silvio Alves, cobrindo a totalidade dos exercícios desde o início do mandato. Tamanha sequência de pareceres favoráveis reforça a transparência e a conformidade da gestão financeira. Para a diretoria, isso “rechaça de forma categórica as notícias falsas sobre suposto ‘rombo’ nas contas”, conforme comunicado oficial.
Adicionalmente, a ACE lembra que quem acompanhava de perto as finanças era Carlos Cavalcanti, então 2º tesoureiro da Diretoria Executiva até novembro deste ano – profissional conceituado na área contábil e esposo da candidata de oposição, Silvana Araújo Cavalcanti. “Ora, se houvesse algo errado nas finanças, ele validou durante todo esse período? E a candidata, que é contadora, também nunca apontou qualquer problema enquanto fazia parte da gestão”, questiona a nota da diretoria. Em outras palavras, como poderiam alegar hoje um desastre financeiro que eles próprios não denunciaram quando estavam internamente? Esse fato mina a credibilidade das acusações e sugere motivação eleitoral, avalia a entidade.
A “prova” apresentada pela oposição para embasar a tese de déficit foi um pretenso “parecer técnico” ou auditoria independente. Contudo, ao ter acesso ao documento, a diretoria identificou que tratava-se de um relatório de origem questionável: “rudimentar, tecnicamente inconsistente e evidentemente manipulado”, nas palavras da ACE. O material foi produzido por uma associada ligada ao grupo opositor – ela integrou o núcleo de contabilidade na gestão de um ex-presidente (também oposicionista). Segundo a diretoria, o documento é um devaneio fabricado dentro da própria oposição para gerar manchetes negativas contra a atual gestão. Não foi uma auditoria independente encomendada oficialmente, e sim um documento parcial e sem rigor, afirma a diretoria.
A ACE repudiou veementemente esse “parecer fantasma” e nega qualquer desequilíbrio financeiro. Todas as demonstrações contábeis passam pelo crivo do Conselho Fiscal regularmente e jamais apontaram irregularidades.
Transparência assegurada: atas e documentos sempre disponíveis
Outro ponto levantado pela ação judicial da oposição referiu-se a uma suposta falta de transparência, mencionando dificuldade de acesso a atas de assembleias e documentos internos. Essa alegação também é rebatida pela atual administração.
Segundo a diretoria, todas as atas de assembleias gerais sempre estiveram disponíveis aos interessados. Todas as vezes que atas foram solicitadas por associados, elas foram prontamente enviadas, inclusive – conforme apurado – há e-mails comprovando o envio de atas à própria candidata Silvana quando solicitados.
Não há, portanto, fundamento na acusação de ocultação desses documentos. A ACE ressalta que segue rigorosamente as normas estatutárias de transparência, mantendo atas, balanços e demais registros acessíveis aos conselhos e associados. A narrativa de que a oposição teria sido tolhida de acessar atas não condiz com os fatos documentados, e qualquer associado pode requerer formalmente cópias, que serão fornecidas nos termos do estatuto.
Relatório de gestão: resultados concretos falam mais alto que papel
A chapa oposicionista também vem cobrando publicamente a ausência de um “relatório de entrega de gestão” por parte da atual administração, insinuando falta de prestação de contas das realizações do mandato. A diretoria, por sua vez, encara essa demanda como “bravata” política e argumenta que as entregas da gestão Silvio Alves estão à vista de todos os associados, constituindo por si sós o verdadeiro relatório.
Os situacionistas lembram que a candidata de oposição fez parte da Diretoria Executiva nos últimos anos e jamais demonstrou interesse em produzir tal relatório enquanto esteve na gestão. “Por que ela mesma não o fez, já que participava da administração?”, provoca a nota oficial.
Mais importante, frisa a ACE, é o julgamento soberano dos associados nas urnas e assembleias. E nesse quesito, o aval tem sido contundente: por quatro vezes consecutivas, os associados reconduziram ou prolongaram o mandato de Silvio Alves na presidência – seja elegendo-o e reelegendo-o em votações diretas, seja aprovando extensão de mandato ou mudanças estatutárias propostas sob sua liderança. Tais votações expressivas refletem aprovação incontestável do corpo associativo às diretrizes e resultados da gestão.
“Para nós, já é o suficiente”, diz a diretoria. “Um relatório frio não tem o peso da aprovação do associado – não nesta gestão, onde o associado não é um número.” Em outras palavras, os resultados práticos – como a ampliação de serviços, a profissionalização da entidade, a criação de ambientes de networking e geração de negócios para os membros, e o fortalecimento da ACE como referência do empresariado local – valem mais do que um documento impresso cheio de métricas. Ainda assim, a administração destaca que todas as informações financeiras e administrativas sempre estiveram disponíveis nos canais formais, e que a transparência é atestada pelas instâncias de fiscalização interna e pela própria participação dos associados nas decisões.
Fake news sobre finanças gera repúdio
A diretoria da ACE Guarulhos demonstrou especial indignação com a divulgação de notícias consideradas falsas e sensacionalistas acerca da saúde financeira da entidade. Nos últimos dias, um portal aparentemente vinculado a um membro da chapa oposicionista, publicou matéria insinuando que haveria um grave déficit nas contas da associação, amparando-se justamente no “parecer técnico” de origem duvidosa já mencionado. A resposta foi imediata: em suas redes oficiais, a ACE emitiu notas de repúdio e esclarecimento, classificando a matéria como “falaciosa e irresponsável”.
No comunicado divulgado em 12 de dezembro, o presidente Silvio Alves lamenta o que chamou de campanha de baixíssimo nível. Silvio reafirma que permanece no pleno exercício de suas funções até o fim do mandato, e que a administração provisória citada na notícia visa unicamente viabilizar novas eleições (tema detalhado adiante), “não havendo qualquer relação com irregularidades ou condutas ilícitas” da gestão.
Silvio Alves também direcionou críticas duras à postura da oposição em declarações à imprensa: “A oposição sabe que não tem votos para ganhar a eleição e por isso apela, mais uma vez, para a propagação de fake news. Querem consolidar publicamente a narrativa falsa de uma crise financeira que não existe, para ludibriar a Justiça no afã de lograr uma intervenção, pois sabem que no voto não levam”, afirmou o presidente. Segundo ele, ao difundir uma imagem irreal de descalabro financeiro, os adversários buscam criar tumulto e justificar intervenções externas, “diante da clara dificuldade de conquistar apoio pela via democrática”.
A diretoria da ACE classifica tal estratégia como antiética e danosa ao próprio quadro associativo. “A oposição esquece que a entidade emprega famílias que dependem dos salários da ACE, e uma intervenção comprometeria até o pagamento desses vencimentos, além de prejudicar fornecedores e parceiros”, pontuou Silvio Alves, acrescentando que “querem vencer a qualquer custo, ainda que prejudicando famílias que nada têm a ver com tudo isto”. Diante disso, o comunicado informa que medidas judiciais estão sendo analisadas contra o portal responsável pela disseminação das fake news, para resguardar a honra da diretoria e restabelecer a verdade dos fatos.
Decisão judicial e interventora: ACE fala em “crise artificial” e esclarece situação
A 3ª Vara Cível de Guarulhos suspendeu o processo eleitoral da ACE Guarulhos e, posteriormente, determinou a nomeação de uma administradora provisória para comandar o processo eleitoral, para a evitar a vacância do cardo de presidente, já que o mandato do atual presidente se finda neste ano.
A diretoria da ACE, embora cumprindo a ordem judicial, contestou vigorosamente a necessidade e amplitude dessa intervenção. No Agravo de Instrumento interposto no Tribunal de Justiça de São Paulo, a associação argumenta que a decisão de primeira instância “criou uma instabilidade institucional artificial”, extrapolando os limites do que havia sido pedido na ação. Isso porque não havia qualquer “vacância” ou abandono de gestão que justificasse um interventor externo – ao contrário, o estatuto garante que a diretoria eleita permanece em funções até a posse dos próximos eleitos. O risco de acefalia foi gerado apenas pela suspensão da eleição, sustenta a ACE.
No recurso, a ACE assevera que nenhuma das partes do processo solicitou o afastamento da diretoria ou a nomeação de administrador judicial. O pleito original restringia-se a ajustar supostas falhas no processo eleitoral (composição da comissão eleitoral, formato de votação, etc.), não a destituir a presidência. Logo, ao impor um gestor provisório, o juízo de Guarulhos teria decidido fora do escopo do pedido (extra petita), em possível afronta ao princípio da congruência processual. Especialistas em Direito ouvidos pela reportagem classificaram a medida como “drástica e incabível” no contexto, apontando que o magistrado poderia ter exigido as correções necessárias no processo eleitoral sem esvaziar a diretoria legitimamente eleita.
Apesar de discordar da intervenção, a ACE Guarulhos aderiu a uma solução negociada para evitar prejuízo à entidade com o término iminente do mandato atual. Em comum acordo entre situação e oposição, indicou-se o nome de Emilene Márcia Ferreira da Silva – profissional sugerida por um órgão federativo do comércio – para exercer o papel de administradora provisória, exclusivamente até a realização de novas eleições no prazo máximo de 30 dias. Silvio Alves esclareceu publicamente que permanece no cargo de presidente até 31 de dezembro de 2025, data em que se encerra seu mandato, e que a administradora nomeada atuará paralelamente para garantir a continuidade administrativa e a organização do pleito eleitoral sem sobressaltos.
Importante destacar que a nomeação da administradora não decorre de qualquer ilegalidade financeira ou gestão temerária, mas sim do cumprimento estrito da decisão judicial visando a transição eleitoral. “Trata-se de uma solução de comum acordo para que a associação não fique sem comando ao final do mandato em vigor”, diz o comunicado de Silvio, enfatizando que a intervenção temporária serve apenas para viabilizar eleições transparentes e ordenadas, assegurando a sucessão diretiva dentro da normalidade institucional. A ACE reforça que segue operando normalmente, com todos os serviços aos associados mantidos, e que respeita as determinações judiciais enquanto busca reverter, por meios legais, qualquer medida que considere injustificada ou excessiva.
A diretoria atual permanece à frente de suas atribuições estatutárias, colaborando com a administradora judicial para realizar um pleito livre de questionamentos. Não houve “afastamento por irregularidades”, como chegaram a insinuar algumas publicações nas redes; o que há é uma condução assistida do processo eleitoral, cujo desfecho – a escolha democrática da próxima gestão da ACE – é aguardado com expectativa pela comunidade empresarial de Guarulhos.
Elogios do passado expõem contradição no discurso da oposição
Além de rebater tecnicamente cada acusação, a diretoria da ACE destaca um fato curioso que vem chamando a atenção de associados: antes de se lançar candidata de oposição, Silvana Araújo Cavalcante fazia elogios enfáticos à gestão Silvio Alves, da qual ela própria fazia parte até recentemente. Trechos de um podcast gravado durante o atual mandato evidenciam a mudança de tom. Nele, Silvana refere-se à administração vigente como “nossa gestão” e chega a classificar Silvio como “um gestor incrível”, exaltando sua humildade, capacidade de liderança e habilidade de agregar pessoas em torno de um projeto coletivo. A então diretora elogiou ainda a inovação trazida pela gestão, afirmando que a ACE Guarulhos se transformara em um ambiente de negócios desejado, capaz de “gerar resultados concretos aos associados” – de modo que a mensalidade deixou de ser vista como custo e passou a ser entendida como investimento, graças às entregas em networking, oportunidades e geração de negócios proporcionadas pela entidade.
Tais declarações públicas contrastam fortemente com o discurso adotado por Silvana após lançar sua chapa. O que era uma avaliação positiva e entusiasmada tornou-se crítica ferrenha, apontam observadores internos, que veem nisso inconsistência e conveniência política. “É difícil sustentar um discurso de terra arrasada quando, pouco tempo antes, a própria candidata reconhecia a gestão como exitosa e inovadora”, comentou um associado veterano sob condição de anonimato. Para ele, a postura atual da oposição “parece querer se apropriar de um legado positivo que antes a própria oposição endossava, apenas mudando a retórica por ambição eleitoral”.
Não é só. Carlos Dias, um dos principais aliados de Silvana nesta campanha, também deixou registros que reforçam o reconhecimento público da gestão Silvio Alves. Em uma palestra durante o mandato, Dias teceu elogios à trajetória de Silvio e ao seu desempenho administrativo. Ele lembrou a origem humilde do presidente (que começou a carreira como jornaleiro) como exemplo de superação, e declarou, perante dezenas de associados: “Silvio, nesses seis anos, deixou uma gestão extremamente proativa”. O apoiador destacou a capacidade do dirigente em modernizar a ACE e conduzir a entidade com ética e dinamismo, atribuindo-lhe méritos que agora, curiosamente, são postos em dúvida pela chapa que ele integra.
Para muitos associados, os elogios pretéritos da própria oposição desmontam a ideia de que a ACE vive uma crise administrativa ou financeira. Ao contrário, evidenciam que os resultados da atual gestão extrapolaram grupos ou preferências políticas, sendo reconhecidos de forma quase unânime até surgir a disputa eleitoral. “Os próprios opositores validaram o modelo até há pouco; o que mudou não foi a gestão, mas a conveniência do discurso”, resume outro empresário associado, que diz esperar “coerência e verdade” dos concorrentes.
A diretoria da ACE Guarulhos refuta categoricamente as acusações de má gestão, apresentando provas concretas de que a entidade está financeiramente saudável, com contas auditadas e aprovadas, e com crescimento em sua base associativa. Os representantes atuais enfatizam que todas as alegações infundadas foram esclarecidas e atribuem a ofensiva a uma estratégia desesperada da oposição diante de sucessivos resultados eleitorais desfavoráveis. Enquanto aguarda o desenrolar do processo eleitoral sob supervisão judicial, a ACE reafirma seu compromisso com a transparência, a legalidade e a democracia interna, confiando que a verdade prevalecerá junto aos associados.



