Confiança Empresarial cai 0,6 ponto em março ante fevereiro, para 94 pontos, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,6 ponto em março ante fevereiro, terceiro mês consecutivo de quedas, para 94,0 pontos, menor nível desde novembro de 2023, informou nesta terça-feira, 1 a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, a confiança empresarial encolheu 1,0 ponto em março.

“O cenário de juros em alta e incerteza elevada continua impactando negativamente a confiança empresarial. Em março, houve sinais de alguma recuperação no nível de atividade em três dos quatro grandes setores econômicos, mas as expectativas para os próximos meses seguem na trajetória negativa iniciada em novembro. Um fator que atenua o diagnóstico de pessimismo empresarial para o restante do ano é a sustentação do ímpeto de contratações”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,3 ponto em março ante fevereiro, para 96,5 pontos.

“O resultado sugere uma estabilização em torno dos 96 pontos, um patamar inferior ao observado no segundo semestre de 2024, quando o índice esteve mais próximo do nível neutro dos 100 pontos”, observou a FGV.

O Índice de Expectativas (IE-E) teve queda de 1,4 ponto, para 91,5 pontos, no quinto mês de recuos seguidos.

Quanto à situação atual, o componente que mede a demanda no momento presente avançou 0,2 ponto, para 97,5 pontos, enquanto o item que avalia a satisfação com a situação atual dos negócios subiu 0,4 ponto, para 94,4 pontos.

Entre as expectativas, a demanda prevista para os próximos três meses recuou 1,9 ponto, para 91,4 pontos, devido a avaliações negativas na indústria e, principalmente, no comércio. O componente que mede as expectativas para a evolução dos negócios seis meses à frente caiu 0,9 ponto, para 91,8 pontos, quinto recuo consecutivo.

“Apesar de não compor o IE-E, o avanço do indicador de ímpeto de contratações – cujo saldo entre respostas de aumento e redução do quadro de pessoal subiu de 9,3 para 10,5 pontos entre fevereiro e março – é um fator que, em parte, contrabalança outros sinais de aumento do pessimismo no mês”, ponderou Campelo Junior.

A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de empresas dos quatro setores entre os dias 6 e 25 de março.

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