Cidade de SP tem alta nos homicídios, na contramão do Estado

O Estado de São Paulo registrou alta de furtos e estupros no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 30, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Ao mesmo tempo, houve queda de roubos, latrocínios e homicídios.

– Na capital paulista, o cenário é relativamente parecido, mas houve aumento de 8,2% nos casos de homicídio. Foram 132 vítimas nos três primeiros meses deste ano, ante 122 no mesmo período do ano passado.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou, em nota, que segue com “investimentos contínuos em políticas públicas para a redução da criminalidade no Estado, com ações que já apresentam resultados positivos, principalmente nos crimes contra a vida”.

A pasta destacou que o Estado fechou o primeiro trimestre deste ano com “o menor número de mortes intencionais da série histórica, com queda de 2,76% nos homicídios dolosos e de 17,5% nos feminicídios” (mais abaixo).

No começo deste mês, a estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, que fazia mestrado na Universidade de São Paulo (USP), foi brutalmente assassinada após ser arrebatada por um homem nos arredores da estação Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo.

O principal suspeito, de 43 anos, foi encontrado morto na última semana. A polícia acredita que ele foi executado pelo tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC), espécie de “Justiça paralela” do crime organizado.

O começo do ano ficou marcado também pela morte da jovem Vitória Regina de Souza, assassinada aos 17 anos após ser sequestrada, no fim de fevereiro, enquanto voltava para casa em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.

Nesta semana, o Ministério Público do Estado (MP-SP) denunciou por feminicídio Maicol Sales dos Santos, de 26 anos, o principal suspeito pelo assassinato. Pediu também a instauração de um novo inquérito para investigar se ele teve a ajuda de outra pessoa para ocultar o corpo da jovem.

Números no Estado

Furtos: tiveram alta de 2,67% no 1º trimestre, com 140.947 casos
Roubos: tiveram queda de 12,88% no 1º trimestre, com 45.223 casos
Estupros: tiveram alta de 13,55% no 1º trimestre, com 3.862 casos
Latrocínios: tiveram queda de 19,15%% no 1º trimestre, com 38 vítimas
Homicídios: tiveram queda de 3,35%% no 1º trimestre, com 663 vítimas

Dados da capital

Furtos: tiveram alta de 4,61% no 1º trimestre, com 61.829 casos
Roubos: tiveram queda de 13,35% no 1º trimestre, com 26.758 casos
Estupros: tiveram alta de 15,44% no 1º trimestre, com 815 casos
Latrocínios: tiveram queda de 27,78% no 1º trimestre, com 13 vítimas
Homicídios: tiveram alta de 8,2% no 1º trimestre, com 132 vítimas

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública destaca que, além de redução nos homicídios e feminicídios, houve queda expressiva no número de latrocínios no Estado e na capital – no ano passado, como mostrou o Estadão, os crimes desse tipo tiveram alta de 23% na cidade de São Paulo.

A secretaria afirma que “todos os casos de crimes contra a vida são permanentemente analisados pelo SP Vida, programa que orienta as estratégias de enfrentamento e prevenção destes delitos”.

“No combate aos crimes patrimoniais, as forças de segurança obtiveram resultados expressivos: os roubos caíram 13% na capital, atingindo o menor índice dos últimos 25 anos para o mês de março”, afirma ainda.

“No Estado, houve queda de 12,8% no trimestre. Essa redução reflete o foco das polícias em operações para desarticular quadrilhas e investigar cadeias de receptação, trabalho que seguirá intensificado para também reverter a alta nos registros de furtos, com ações específicas voltadas a este tipo de crime”, acrescenta.

Segundo a secretaria, mais de 56,6 mil suspeitos foram presos ou apreendidos no primeiro trimestre, aumento de 11,9% em relação ao ano passado. Houve ainda a apreensão de 3.467 armas de fogo.

A pasta ressalta, por fim, que o combate à violência contra a mulher “também tem sido tratado como prioridade”. “O governo estadual tem investido em políticas públicas, estimulado a denúncia para reduzir a subnotificação e promovido melhorias no atendimento às vítimas”, diz. São hoje 141 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), além de serviços remotos.

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