Chile polarizado: Os chilenos vão às urnas divididos em um segundo turno eleitoral marcado por uma forte guinada à direita. Para muitos eleitores, a percepção é de que o país “desceu ao desastre” devido à chegada de gangues estrangeiras, o caos gerado por protestos e a estagnação econômica.
Esses eleitores, que buscam restaurar a “paz e tranquilidade” e conter o crime e a migração, apostam em José Antonio Kast.
Do outro lado, há eleitores que valorizam os avanços recentes — como a semana de trabalho mais curta, o aumento do salário mínimo e a queda nos índices de homicídios — e expressam temor de um retrocesso.
Este grupo defende Jeannette Jara e alerta que Kast, filho de um ex-integrante do partido comunista, “apagará o progresso” conquistado em direitos civis e sociais.
A intensa polarização expõe o cenário pós-primeiro turno, onde 70% dos votos foram destinados a legendas de direita. Kast, em sua terceira tentativa de chegar à presidência, ganha força impulsionado pelo medo crescente da criminalidade. Ex-eleitores de Jara agora afirmam que “é hora de medidas drásticas”.
Após a derrota para Gabriel Boric em 2021, Kast tem suavizado pautas sociais e focado seu discurso nas promessas de segurança e controle da migração. Ele propõe deportar migrantes sem status legal, expandir o poder policial e construir mais prisões, buscando inspiração em líderes como Donald Trump e Nayib Bukele. No campo econômico, propõe cortes de US$ 6 bilhões, mas sua própria equipe admite que a implementação do ajuste pode ser demorada.





