A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) rebateu nesta terça-feira, 25, as acusações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que responsabilizou a parlamentar por “tirar o mandato” de sua chapa na eleição presidencial de 2022.
“Não acho justa. Eu sempre o defendi, estou com depressão, sendo julgada, e no pior momento ele falar dessa forma é trazer muito peso para as minhas costas”, disse a Carla Zambelli em entrevista ao blog da Andreia Sadi, no G1.
Bolsonaro atribuiu a derrota na eleição de 2022 à deputada, que sacou uma arma e perseguiu um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma rua no bairro Jardins em São Paulo na véspera do segundo turno da eleição presidencial de 2022.
“A Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente”, disse Bolsonaro ao relembrar o episódio durante participação no podcast Inteligência Ltda. nesta segunda-feira, 24. Para o ex-presidente, os eleitores associaram a atitude à sua política de defender a ampliação do porte de armas, o que teria lhe custado votos.
“Imagina o que é, para a cabeça de uma deputada, ser culpada pela eleição de um país por ter se defendido de quatro homens que me cuspiram, xingaram e empurraram? Eu tinha porte federal e houve um tiro, que achei que tinha pego no policial”, afirmou a parlamentar.
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria na manhã desta terça-feira, 25, para condenar Carla Zambelli por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. Além dos cinco anos e três meses de prisão, a condenação pode resultar na perda do mandato da deputada federal. Apesar da maioria estar formada, o julgamento ainda não foi encerrado e a condenação não será imediata. Além disso, ainda cabem recursos.