O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou que a possibilidade de a inflação da zona do euro cair abaixo da meta de 2% “é bem limitada”, em entrevista à Bloomberg TV nesta terça-feira, 1, nos arredores do Fórum de Sintra. O dirigente ressaltou que espera uma “evolução positiva” dos preços europeus no longo prazo, dentro das previsões do banco central.
“A inflação ficará claramente abaixo de 2% no primeiro trimestre de 2026, mas depois irá se recuperar”, afirmou.
Contudo, Guindos alertou que o ambiente global permanece com incerteza elevada. O dirigente do BCE disse que espera um resultado “positivo” das negociações tarifárias com os EUA para todos os países, que traga um pouco de estabilidade. “A economia da zona do euro não está boa e os riscos de crescimento estão claramente para baixo. Temos que focar em controlar a inflação e ajustar o fiscal para impulsioná-lo”, pontuou, acrescentando que não necessariamente cortes de juros vão apoiar a atividade econômica.
Questionado, o vice-presidente do BC europeu defendeu que a valorização atual do euro não é um problema para a política monetária e que a rapidez dos movimentos cambiais é mais preocupante que o nível da moeda contra o dólar. “O euro em US$ 1,20 é totalmente aceitável de acordo com nossas projeções, incorporamos isso em nossas decisões”, disse, embora tenha reconhecido que valores acima deste nível podem “complicar um pouco” o trabalho do BCE.