O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, garantiu nesta quarta-feira (9) que a autoridade monetária não procurará um meio do caminho para a determinação do nível dos juros. “O BC não vai flexibilizar. O mandato do BC é o de cumprir a meta. O Banco Central não vai flexibilizar, não vai tergiversar. Este é o mandato do Banco Central e o Banco Central não vai se desviar um milímetro dele”, assegurou, durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados.
Ele disse ter a convicção de que nenhum de seus antecessores ou membros da diretoria da instituição tem satisfação em ver juros altos. “Eu tenho absoluta convicção de que nenhum presidente do banco central, que se sentou no lugar que me sento hoje, não tem qualquer satisfação pessoal”, disse,
Galípolo também afirmou que a ideia que a inflação está controlada não é subjetiva. “Há um comando legal, a meta é 3%. Quando eu digo isso, eu não digo isso para não defender a meta, eu estou defendendo a meta”, declarou. “Admitir que você está confortável com que a moeda perca mais valor ano a ano tem um efeito muito deletério”, continuou, acrescentando que esse efeito acaba se transformando em corrosão dos ganhos das pessoas. Ele enfatizou que é preciso defender o poder aquisitivo das pessoas. “O Banco Central é a última linha de defesa que existe.”
O presidente do BC enfatizou em sua fala aos deputados que os passivos dos bancos são muito mais sensíveis à Selic do que os ativos e que, ao contrário do que se pensa de forma mais simples, não são estas as instituições que mais compram títulos públicos. Os maiores detentores são os fundos. Mais uma vez ele voltou a defender o real e salientou que nenhum investidor buscará comprar dívida, por exemplo, que esteja denominada em uma moeda que perde 15% ao ano. A ilustração foi feita para que os parlamentares entendam a importância de o BC ser firme com a inflação e com o mercado de câmbio flutuante.