O Banco Central da África do Sul (Sarb, na sigla em inglês) decidiu manter a taxa básica de juros do país em 7,50% ao ano. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 20, pelo presidente da instituição, Lesetja Kganyago, que atribuiu a decisão ao cenário global desafiador. “A economia mundial enfrenta níveis extremos de incerteza. As tensões comerciais se intensificaram e relações geopolíticas de longa data estão mudando abruptamente”, afirmou.
Diante desse contexto “imprevisível”, o BC optou por manter a taxa estável.
A projeção para os juros em 2025 segue inalterada, “em um nível neutro de cerca de 7,25%”, informou o Sarb.
Kganyago destacou que a economia dos Estados Unidos enfrenta volatilidade, com os efeitos das tarifas e da incerteza política tornando-se mais evidentes. “As expectativas de crescimento caíram, o dólar enfraqueceu e os mercados acionários americanos devolveram os ganhos recentes”, pontuou.
O dirigente também reforçou que a inflação em economias avançadas continua elevada e afirmou que ainda espera ajustes de política pelos principais bancos centrais neste ano. “Mas as taxas devem permanecer altas por mais tempo, diante de novos riscos inflacionários”, acrescentou.
Na África do Sul, a inflação “parece controlada” na metade inferior da faixa-alvo, de 3% a 6%. O BC sul-africano projeta que o índice fechará 2024 em 3,6% e 2026 em 4,5%.
“Vemos riscos para essa previsão tanto para cima quanto para baixo, com o balanço de riscos no médio prazo tendendo para o lado altista”, disse Kganyago.
O crescimento econômico do país ficou em 0,6% em 2024, ligeiramente abaixo das expectativas e “um pouco pior que o de 2023”, segundo o dirigente. Para 2025, a projeção foi revisada de 1,8% para 1,7%, reflexo de uma demanda moderada e fragilidades persistentes do lado da oferta. “Avaliamos que os riscos para o crescimento estão inclinados para o lado negativo”, alertou.
A expectativa para o PIB do primeiro trimestre de 2025 é de alta de 0,4% na comparação trimestral, ajustada sazonalmente. Para o segundo trimestre, a previsão é de crescimento de 0,5%, informou o presidente do BC.