Todos os times que abriram vantagem no duelo de ida dos playoffs da Liga dos Campeões em campo nesta terça-feira se garantiram nas oitavas de final. Maior favorito do dia, o Bayern de Munique passou enorme sufoco e só chegou ao gol de empate e da vaga diante do Celtic, com 1 a 1 no Allianz Arena, aos 48 minutos do segundo tempo. Feyenoord, frustrando a torcida do Milan, Benfica e Brugge foram os outros garantidos.
O Bayern jogava pela igualdade, desperdiçou diversas oportunidades de abrir o placar e acabou em desvantagem em raro ataque do Celtic na etapa final, que levava a definição à prorrogação. Mas Alphonso Davies – por muito pouco não se transferiu ao Real Madrid – saiu do banco para pegar rebote no último lance e anotar o gol da sofrida vaga. Schmeichel realizou defesa gigante em batida de Goretzka, mas nada pôde fazer no rebote.
Em sorteio nesta sexta-feira, é capaz que os bávaros encontrem o arquirrival Bayer Leverkusen, com o qual disputam o título do Campeonato Alemão. A outra possibilidade é o espanhol Atlético de Madrid, o que já garante um mata-mata de peso.
O Bayern entrou em campo na Allianz Arena com enorme vantagem de 2 a 1 e o retrospecto todo a seu favor. O time ganhou todos os seus duelos como mandante na edição da Liga dos Campeões e anotou impressionantes 14 gols: fez 3 a 1 no Slovan Bratislava, 1 a 0 no Paris Saint-Germain e Benfica e 9 a 2 no Dínamo Kiev.
Mas começou um tanto desconectado com o jogo e levou sustos de um Celtic ofensivo e sem nada a perder. Os alemães administravam a posse de bola, enquanto o time de Glasgow era mais objetivo. Com apenas 16 minutos, foram duas grandes oportunidades dos escoceses incrivelmente desperdiçadas. A batida de Kuhn foi cortada em cima da linha e Maeda, após saída errada de Upamecano, buscou o ângulo e mandou por cima.
Os sustos acordaram os mandantes, que precisaram de um pequeno esforço para mostrarem sua força. Kane parou em Schmeichel e depois no travessão e Guerreiro bateu raspando. Antes do intervalo, Kimmich levou as mãos à cabeça após, de dentro da área, exagerar no capricho e mandar fora do alvo.
Revezando-se na função de gol desperdiçado, o Bayern iniciou a segunda etapa com Goretzka, cara a cara, acertando o peito de Schmeichel. O castigo veio aos 17 minutos. Então sem chegar na etapa, o Celtic aproveitou a preguiça dos marcadores alemães – todos perderam no pé de ferro – e encaixou contragolpe com a bola sobrando para Kuhn abrir o placar.
Irritado, o técnico Vincent Kompany mexeu no time em dose dupla. Queria reação. A cara de incredulidade dos jogadores em campo transmitia o tamanho da decepção – a derrota magra levava o duelo à prorrogação. O vexame quase aumenta com Maeda parando em Neuer.
A tensão tomou conta dos minutos finais. Buscando o empate de todas as maneiras, o Bayern sabia que novo gol sofrido o derrubaria de maneira precoce em competição na qual entrou como um dos favoritos. Mesmo assim, não desistiu de lutar e viu Alphonso Davies se tornar o herói em dia de aprendizado de que a Liga dos Campeões é traiçoeira e perigosa.
FEYENOORD DERRUBA O MILAN NA ITÁLIA
As oitavas de final da Liga dos Campeões serão sem seu segundo maior campeão. Dono de sete títulos, o Milan decepcionou nos playoffs ao cair, no San Siro, para o Feyenoord, ao ceder o empate por 1 a 1 – havia sofrido 1 a 0 em Roterdã na semana passada. Os holandeses não chegavam às oitavas da competição há 50 anos.
Com menos de um minuto, o Milan acabou com a vantagem do Feyenoord, que venceu por 1 a 0 na Holanda. E a lei do ex prevaleceu. Com oportunismo, Giménez, contratado recentemente do clube holandês, abriu o marcador. O placar prevaleceu até o intervalo, contudo.
Após a pausa, quando aumentava a pressão pela virada, o Milan levou um duro golpe. Rafael Leão tocou para Theo Hernández na área, e o lateral acabou se jogando, tentando simular um pênalti, e como já tinha cartão amarelo, recebeu o segundo e acabou expulso.
Até então limitado à marcação, o time visitante começou a se soltar em campo, buscando o gol da vaga. E, após enorme pressão, ele saiu, aos 27 minutos. Cruzamento preciso de Bueno pela esquerda e Carranza empatou, de cabeça.
O Milan, recheado de atacantes e todo desorganizado, fez enorme pressão nos minutos finais, na base do desespero. Os chuveirinhos não surtiram efeito, porém, e a festa pelo feito histórico foi holandesa no San Siro, com jogadores e comissão técnica se abraçando. O rival no mata-mata será Arsenal ou Inter de Milão.
BRUGGE BATE ATALANTA E BENFICA SE GARANTE EM FINAL ELÉTRICO
Outros dois times que entraram em campo com vantagem do primeiro jogo garantiram a vaga nesta terça-feira. O Brugge avançou após 3 a 1 na Atalanta, em Bérgamo, enquanto o Benfica passou sufoco, mas empatou com o Mônaco, por 3 a 3, no Estádio da Luz, e também se garantiu.
Jogando na Itália, o Brugge não quis saber de administrar o 2 a 1 do jogo de ida, construído nos acréscimos, e saiu com tudo para cima da Atalanta, ampliando a vantagem logo aos três minutos, com gol do lateral Taibi. O jogador marroquino voltou a balançar as redes ainda na primeira etapa, após rebote do goleiro. Avassalador, o visitante ampliou antes da pausa, com Jutglà.
Com a vaga bem encaminhada – precisava sofrer cinco gols -, os belgas voltaram administrando o placar e o tempo na etapa final. Lookman, de pênalti, anotou o de honra dos italianos, mas a festa foi visitante.
Os rivais do clube belga no sorteio de sexta-feira são acessíveis. O Brugge encara o inglês Aston Villa ou o francês Lille, o que dá esperanças por novo avanço, até as quartas de final.
Depois de surpreender com 1 a 0 em Mônaco, o Benfica demorou 22 minutos para abrir vantagem no Estádio da Luz, com Akturkoglu aproveitando cruzamento da esquerda e escorando, livre, o que passava a impressão de classificação fácil. Uma bobagem, contudo, permitiu o empate dos visitantes. Saída errada, Embolo brigou na área e a bola sobrou para Minamino bater forte e deixar tudo igual.
O segundo tempo foi maluco e empolgante. Os franceses cresceram após a igualdade e, demonstrando enorme bravura, buscaram a virada em gol de Ben Seghir, aos 6 minutos da etapa final, deixando a série igual. Um pênalti bem batido por Pavlidis na reta final da partida, entretanto, colocava a vaga novamente nas mãos do Benfica.
Os minutos finais foram elétricos e com indefinição até o fim. Ilenkhena fez o terceiro do Mônaco, novamente sonhando com a prorrogação, mas Kokçu empatou, para alívio e festa dos mandantes. Pela frente, agora, uma pedreira. Os portugueses cruzam com Barcelona ou Liverpool, times entre as melhores campanhas da fase de classificação.