A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 226,753 bilhões em novembro, informou a Receita Federal na manhã desta segunda-feira, 22. O montante ficou acima da mediana das estimativas do mercado financeiro da pesquisa Projeções Broadcast, de R$ 224,2 bilhões, após R$ 261,908 bilhões em outubro. As estimativas do mercado iam de R$ 219,8 bilhões a R$ 231,8 bilhões.
O resultado equivale a alta de 3,75% ante novembro de 2024, descontada a inflação do período. Na comparação com outubro deste ano, a arrecadação caiu 13,34% em termos reais.
“Esse resultado é explicado, principalmente, pelo pagamento, em outubro, da 1ª cota ou cota única referente à apuração trimestral do Lucro Presumido e do Balanço Trimestral”, disse a Receita.
Comparações entre meses distintos são frequentemente distorcidas por fatores sazonais.
No relatório de divulgação, a Receita destaca a expansão real de 39,95% na arrecadação com o IOF, frente a novembro de 2024, para R$ 8,614 bilhões, puxada principalmente pelo aumento das alíquotas do imposto determinado pelo governo em meados deste ano. “Esse desempenho pode ser justificado pelas operações relativas à saída de moeda estrangeira e pelas operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas, ambas decorrentes de recentes alterações na legislação”, diz o órgão.
Outro destaque do mês foi a arrecadação de R$ 58,358 bilhões com a receita previdenciária (crescimento real de 2,77%). Esse resultado se deve ao crescimento real de 4,15% da massa salarial. Além disso, houve crescimento de 20,75% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, em novembro de 2025 em relação a novembro de 2024. Houve, também, a reoneração escalonada da contribuição patronal dos municípios e da folha de pagamentos, a partir de janeiro de 2025.
O PIS/Pasep e a Cofins totalizaram uma arrecadação de R$ 49,666 bilhões (crescimento real de 3,15%). Esse resultado decorre decréscimo de 0,32% no volume de vendas (PMC-IBGE) e do aumento de 2,16% no volume de serviços (PMS-IBGE) entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, em relação ao período compreendido entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. “Salienta-se o desempenho positivo das entidades financeiras, atividades de prestação de serviços de informação e fabricação de equipamentos de informática e eletrônicos; e negativo no setor de captação, tratamento e distribuição de água e de fabricação de bebidas.”
A arrecadação do IRRF-Capital somou R$ 10,913 bilhões, um aumento real de 6,76%, resultado explicado, principalmente, pelo aumento nominal de 29,23% na arrecadação do item “Aplicação de Renda Fixa (PF e PJ)”.
A Medida Provisória 1.303, que trazia alternativas a uma parte do aumento nas alíquotas de IOF, determinava o aumento da alíquota de Imposto de Renda (IR) sobre JPC, de 15% para 20%, e a unificação da alíquota das aplicações financeiras em 17,5%, em substituição ao modelo progressivo atual, que varia de 15% a 22,5%. O texto foi derrubado pelo Congresso no início de outubro, mas ficou vigente por mais de três meses, já que foi apresentada pelo governo em junho.
Ano
A arrecadação federal somou R$ 2,594 trilhões entre janeiro e novembro de 2025. O resultado é 3,25% maior do que o observado no mesmo período de 2024, já considerando a inflação do período.
No acumulado do ano, a Receita destaca o crescimento real de 3,10% da receita previdenciária, a R$ 641,952 bilhões, puxado pela expansão da massa salarial (5,59%) e pelo aumento do montante de compensações tributárias com débitos de receita previdenciária (14,74%). Houve, também, a reoneração escalonada da contribuição patronal dos municípios e da folha de pagamentos.
O órgão também chama atenção para a expansão real de 2,79% na arrecadação com PIS/Pasep e Cofins, que somou R$ 528,852 bilhões de janeiro a novembro, devido ao crescimento da atividade de serviços no ano (2,81%) e ao decréscimo no volume de vendas (-0,15%).
“Salienta-se o desempenho positivo das entidades financeiras, outras atividades profissionais, científicas e = técnicas e exploração de jogos de azar e apostas (decorrente de alteração na legislação) e negativo no setor de combustíveis e de fabricação de veículos automotores” diz a Receita.


