Apoiadores do presidente americano Donald Trump queimaram bonés do movimento Make America Great Again (MAGA, na sigla em inglês) e expuseram o ato nas redes sociais em protesto ao modo como o governo lidou com os arquivos do caso Jeffrey Epstein. O presidente também recebeu críticas de políticos de todo o espectro, após afirmar que as teorias em torno da investigação de Epstein são farsas.
Os trumpistas queimaram os bonés para exigir do governo mais transparência em torno do caso – historicamente, Trump e o MAGA acusam democratas de esconder segredos, e agora o republicano é cobrado para agir de outro modo. O caso Epstein, o financista rico preso em 2019 por comandar uma rede de tráfico sexual, recebe críticas por causa dos poucos detalhes públicos.
O caso chama a atenção devido às ligações de Epstein com pessoas famosas, incluindo membros da realeza, presidentes e bilionários.
O Departamento de Justiça dos EUA disse na semana passada que Epstein, que foi acusado de tráfico sexual, não deixou uma “lista de clientes”, como a procuradora-geral Pam Bondi sugeriu em fevereiro, e colocou os arquivos sob sigilo. Isso enfureceu nomes da extrema direita dos EUA, a exemplo do comentarista de TV Tucker Carlson, a ativista extremista Laura Loomer e o ex-assessor Steve Bannon.
Na quarta-feira, 16, Trump acusou os apoiadores que acreditam que há segredos em torno do caso Epstein de estarem caindo em uma farsa da “esquerda radical”. “O novo GOLPE deles é o que chamaremos para sempre de Farsa de Jeffrey Epstein, e os meus apoiadores do PASSADO acreditaram nessa ‘besteira’, de cabo a rabo”, escreveu na sua rede social, a Truth Social.
“Deixem esses fracotes seguirem em frente e fazerem o trabalho dos democratas, nem pensem em falar do nosso sucesso incrível e sem precedentes, porque não quero mais o apoio deles!”, acrescentou.
Uma das teorias que circula entre apoiadores de Trump é que Epstein – que cometeu suicídio em 2019 em uma prisão federal – foi assassinado por figuras poderosas que queriam manter oculto os papéis em crimes sexuais contra crianças e adolescentes. O próprio Trump sugeriu que houve um encobrimento.
Em 7 de julho, o Departamento de Justiça afirmou que Epstein não tinha uma lista de clientes, como havia sido dito antes, e disse que nenhum outro arquivo relacionado ao caso de Epstein seria tornado público.
Um memorando de duas páginas com os logotipos do Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos, o FBI, e do Departamento de Justiça, mas que não foi assinado por nenhum indivíduo, dizia que o Departamento de Justiça determinou que nenhuma “divulgação adicional seria apropriada ou garantida”, que grande parte do material foi colocado sob sigilo por um tribunal para proteger as vítimas e “apenas uma fração” dele “teria sido divulgada publicamente se Epstein tivesse ido a julgamento”.
Foi um grande retrocesso em relação ao que Bondi e outros haviam dito anteriormente.