Amigos, colegas e personalidades da classe artística lamentaram a morte do cantor e músico Jards Macalé. Ele morreu nesta segunda-feira, 17, aos 82 anos, conforme divulgado em seu perfil no Instagram.
A causa da morte não foi divulgada oficialmente; no entanto, de acordo com fontes ouvidas pelo Estadão, o artista estava internado em um hospital no Rio de Janeiro, onde tratava um enfisema pulmonar, e sofreu uma parada cardíaca após um procedimento cirúrgico.
Um dos primeiros a lamentar a partida do músico foi Caetano Veloso. Ele publicou, em suas redes sociais, imagens ao lado amigo, que foi diretor musical do disco Transa (1972) e teve papel importante na formação artística de Caetano e de sua irmã, Maria Bethânia.
“Sem Macalé não haveria Transa. Estou chorando porque ele morreu hoje [segunda-feira]. Foi meu primeiro amigo carioca da música. Antes de Bethânia imaginar que seria chamada para o Opinião, Alvaro Guimarães, diretor teatral baiano, me trouxe ao Rio para montar e mixar o curta para o qual eu tinha feito a trilha. Fui parar na casa de Macalé. E ele tocou violão. Me encantei. Ele tocou com Beta, lançou composições, chamei-o para Londres e: Transa. Na volta, ele e eu seguimos na música. Que a música siga mantendo a essência desse ipanemense amado. Beijo carinhoso para Rejane”, escreveu.
Bethânia também prestou homenagem a Macalé nas redes sociais, com uma imagem dos dois na juventude: “Meu amor, meu amigo… Fará muita falta neste mundo”, escreveu ela.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicou uma homenagem ao artista em suas redes sociais. “Jards Macalé dizia que o amor é um gesto político. E que em tempos de ódio e de intrigas como os que vivemos recentemente, pouca gente falava do amor, e por isso era tão importante cantá-lo. Essa visão de mundo me aproximou de Jards: política e amor devem andar juntos. Não podem ser separados”, afirmou.
Lula ainda disse que os dois estiveram juntos na luta pela redemocratização e disse que ele “fez história como cantor e compositor de algumas das músicas mais brilhantes de nossa MPB”.
O ator Matheus Nachtergaele republicou o post que comunicava a partida do cantor e lamentou: “Meu amigo, Macalé… Em Deuses.”
Chico Chico, cantor e filho de Cássia Eller, resgatou imagens ao lado de Macalé nos stories do Instagram e publicou imagens de discos do músico em seu perfil: “Fala, Macal”, escreveu.
O ator Caio Manhente compartilhou um story ao som Sem Essa, canção de 1970, e registrou: “Jards Macalé foi um dos maiores da história da nossa música, muito pouco reconhecido. Essa música especialmente faz parte da trilha sonora da minha vida. Nem sei quantas dezenas de vezes me emocionei com ela. Perdemos mais um mestre.”
Já o cantor Chico César lembrou uma publicação feita quando Macalé completou 80 anos. “Que sorte termos um artista tão inquieto atravessando nosso tempo e criando”, escreveu, na ocasião. “Obrigado, mestre irmão”, escreveu nesta terça, ao lamentar a morte do amigo. Ele também marcou a mulher de Macalé, Rejane, e disse: “Estamos aqui e te abraçamos.”
O apresentador Serginho Groisman disse que Macalé foi “um de seus heróis na MPB”. “Ele desafinou o coro dos contentes. Um músico maravilhoso com uma voz única. Conheci na banda de Caetano Veloso quando voltaram de Londres. Depois lá no colégio Equipe, onde levei tanta gente, fiz amizade com ele vi sua trajetória na música crescer. Fez parcerias incríveis com por exemplo Moreira da Silva. Gal foi uma das cantoras que ajudaram Macalé a ser mais conhecido. Enfim são muitas histórias Que a família e amigos recebam meu abraço. Viva para sempre Macalé”, escreveu.


