Agricultores bloqueiam ruas em Bruxelas em protesto contra acordo UE-Mercosul

Agricultores bloquearam ruas e lançaram ovos e fogos de artifício em Bruxelas, na Bélgica, nesta quarta-feira, 17, do lado de fora da cúpula de líderes da União Europeia (UE). A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água, enquanto os manifestantes se reuniam contra o grande acordo de livre comércio com as nações sul-americanas.

O temor da categoria é que o acordo prejudique sua subsistência, além de preocupações políticas de que a medida possa impulsionar o apoio à extrema-direita. Milhares de agricultores se dirigiram para a Place Luxembourg, próxima ao Parlamento Europeu e ao local onde os líderes dos 27 países da UE discutem a alteração do pacto comercial ou o adiamento de sua assinatura.

Cresce a resistência europeia
A Itália sinalizou ressalvas nesta quarta, juntando-se à oposição liderada pela França contra o acordo com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia). A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni declarou ao Parlamento que assinar o acordo nos próximos dias “seria prematuro”, exigindo garantias recíprocas para o setor agrícola.

O presidente francês Emmanuel Macron manteve sua postura contrária ao chegar para a cúpula, afirmando que o acordo “não pode ser assinado” na forma atual e pedindo mais discussões em janeiro. Macron citou a necessidade de salvaguardas para evitar disrupções econômicas e exigiu restrições ambientais mais rígidas dos países do Mercosul.

A oposição da Itália daria à França votos suficientes para vetar a assinatura da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que defende o tratado.

O fator estratégico

Apesar das resistências, defensores argumentam que o acordo – em negociação há 25 anos – criaria um mercado de 780 milhões de pessoas e serviria como um contrapeso estratégico às políticas de exportação da China e às tarifas dos EUA.

O chanceler alemão Friedrich Merz alertou que o status global da UE seria prejudicado por um adiamento ou cancelamento. “Se a União Europeia quiser permanecer credível na política comercial global, as decisões devem ser tomadas agora”, afirmou Merz.

Pressão na América do Sul

A tensão política não alterou a disposição dos líderes sul-americanos. O presidente Lula, que busca fechar o acordo no próximo sábado (20) como uma conquista diplomática, demonstrou irritação com as posições da França e da Itália durante uma reunião ministerial.

“Se não fizermos agora, o Brasil não fará mais acordos enquanto eu for presidente”, disse Lula, acrescentando que o acordo defenderia o multilateralismo frente ao unilateralismo. O presidente argentino Javier Milei também apoia o tratado, vendo o Mercosul como uma “lança” para penetrar mercados globais, e não apenas um escudo.

Apesar da probabilidade de adiamento, Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu António Costa ainda mantêm a agenda de viagem ao Brasil para sábado.

Fonte: Associated Press*

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Por Redação Folha de Guarulhos.

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