Advogados de George R.R. Martin usam ChatGPT para provar que IA aprendeu com livros do autor

A discussão entre o uso “criativo” da inteligência artificial e a violação de direitos autorais ganhou outro capítulo importante nas cortes graças a George R.R. Martin. Ao lado de outros autores, o criador da saga As Crônicas de Gelo e Fogo, que inspirou Game of Thrones e seus derivados, tem lutado por uma maior regulamentação da tecnologia, argumentando que as ferramentas de IA têm usado suas obras para aprender a escrever. Para provar que a OpenIA burlou os direitos autorais de seu cliente, os advogados do escritor pediram ao ChatGPT que escrevesse uma sequência para A Fúria dos Reis, segundo volume da série literária, com resultado surpreendente.

De acordo com o portal de tecnologia Xataka, a IA entregou um livro chamado A Dança das Sombras, que se utilizou de muitos dos conceitos apresentados por Martin nos três livros subsequentes ao livro A Fúria dos Reis. Entre as propostas apresentadas pelo ChatGPT estão a apresentação de uma nova herdeira da Casa Targaryen, um seita rebelde dos chamados Filhos da Floresta e magias antigas ligadas a dragões. De acordo com a tese da equipe legal do autor, seria impossível que a ferramenta apresentasse essas narrativas se não tivesse tido acesso às suas obras, protegidas pelas leis de direitos autorais.

Os argumentos apresentados pelos advogados convenceram o juiz federal norte-americana Sidney Stein a emitir um parecer, em 27 de outubro, afirmando que a OpenIA infringiu os direitos autorais de Martin, justificando a continuidade de um processo movido pelo autor e seus colegas na corte de Manhattan. “Um júri razoável poderia ver que os resultados supostamente infringentes são substancialmente similares aos trabalhos do requerente”, afirmou o juiz em sua decisão de 18 páginas.

Além de Martin, a ação é movida em conjunto com nomes como Michael Chabon, Ta-Nehisi Coates, Jia Tolentino e Sarah Silverman. O processo acusa a OpenIA e a Microsoft de usarem trabalhos protegidos por leis de direitos autorais para treinar suas ferramentas de IA, com os trabalhos entregues por programas como ChatGPT podendo ser definidos como plágio.

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Por Redação Folha de Guarulhos.

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