As exportações brasileiras de aço e alumínio aos Estados Unidos no ano passado foram responsáveis por 39,4% de tudo o que o Brasil vendeu desse segmento ao mundo em 2024. No setor automotivo, a participação dos embarques aos americanos foi menor, de 12,4%. Os números foram calculados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) a partir de levantamento divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) sobre os produtos da pauta exportadora que são afetados por uma tarifa de 25% imposta por Donald Trump. As duas áreas somaram exportações de US$ 6,973 bilhões aos Estados Unidos no ano passado.
A maior parte desse valor é do aço. O Brasil é um grande exportador do produto semiacabado aos americanos. Foram US$ 4,138 bilhões em 2024, de um total de US$ 7,642 bilhões em aço vendido ao mundo todo. O embarque de alumínio é menos significativo. Foram US$ 267 milhões no ano passado aos EUA, e US$ 1,587 bilhão para todos os países que compram o produto brasileiro. Nos demais produtos de aço e alumínio atingidos, foram US$ 881 milhões em 2024.
No que foi exportado de aço e alumínio neste ano, até março, a participação das vendas aos americanos é ainda maior que a do ano passado. Os embarques aos EUA foram responsáveis por 47,5% do que o Brasil exportou nos três primeiros meses de 2025.
Na semana passada, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, avaliou que, ao não acumular sobre o aço a tarifa linear de 10% imposta pelo governo norte-americano ao Brasil, a indústria siderúrgica local tem condições de manter suas exportações aos Estados Unidos.
No caso do setor automotivo, o Brasil vende proporcionalmente poucos veículos aos americanos. No que foi exportado nesse segmento, a maior parte é de produtos da cadeia, como autopeças. Desse grupo, foram vendidos US$ 1,680 bilhão no ano passado, contra US$ 6,9 milhões em veículos exportados aos Estados Unidos.
Os dados foram levantados pela Secretaria de Comércio Exterior do Mdic, numa seleção de produtos gerada a partir da lista divulgada pelos Estados Unidos divulgada em 05 de março, no caso de aço e alumínio, e em 2 de abril para o setor automotivo.
“Ressaltamos, no entanto, que a lista divulgada pelos Estados Unidos apresenta um nível de complexidade elevado, e os códigos tarifários utilizados podem não ter equivalência exata com a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Dessa forma, qualquer levantamento específico pode ter margens de imprecisão”, ressalvou o Mdic ao disponibilizar o levantamento.
As tarifas de 25% sobre o aço e alumínio estão valendo desde 12 de março. Já no caso do setor automotivo, a alíquota mais alta para carros passou a valer no último dia 3, e a expectativa é de que, sobre as peças, a sobretaxa entre em vigor no dia 3 de maio.