A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a política monetária seguirá calibrada para garantir a convergência da inflação à meta, destacando que os cortes de juros já implementados começam a aliviar condições financeiras. “Cortamos as taxas em 200 pontos-base desde o pico, e isso está cada vez mais se transmitindo para condições de financiamento mais fáceis”, disse ela. “Continuaremos a ajustar nossa política conforme necessário para assegurar que a inflação permaneça na nossa meta.”
Nesta sexta-feira, 21, Lagarde descreveu um mercado de trabalho “extraordinariamente forte”, que sustentou o consumo mesmo com desaceleração do crescimento. “Desde o fim da pandemia, a relação entre emprego e PIB tem sido quase de um para um”, afirmou, ressaltando o “círculo virtuoso” criado pela geração de vagas e pela expansão de serviços intensivos em mão de obra.
A dirigente reforçou que a expansão nos próximos anos virá principalmente da demanda interna, enquanto o modelo de crescimento baseado em exportações perdeu força em meio a choques globais e maior competição internacional.
Segundo ela, investimentos públicos em defesa e infraestrutura devem amortecer parte desse impacto, e a resiliência da economia doméstica pode amparar o crescimento.
Lagarde voltou a defender o avanço do mercado único, citando barreiras internas equivalentes a tarifas elevadas em setores-chave, como serviços digitais e mercados de capitais. A eliminação desses entraves, disse, fortaleceria a competitividade europeia e reduziria a dependência de mercados externos, permitindo que o bloco avance “de meramente resiliente para genuinamente forte”.


