O comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Marcelo Corbage, e o chefe da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core), Fabricio Oliveira, afirmaram em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que apenas 134 dos 343 policiais das duas unidades utilizaram câmeras corporais na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, que ocorreu no dia 28 de outubro. A operação se tornou a mais letal do Estado, com 121 mortos.
De acordo com o depoimento de Corbage, comandante do Bope, 77 dos 215 policiais da tropa de elite estavam equipados com câmeras corporais durante a operação. Ainda segundo ele, “não foi pensada a necessidade de baterias sobressalentes” para os equipamentos “porque se acreditava que a operação teria um tempo normal de duração de cerca de cinco a seis horas”.
Já Oliveira disse ao MPRJ que, dos 128 policiais da Core, 57 estavam utilizando câmeras corporais na operação.
Corbage afirmou que os dispositivos foram dispostos de modo que “todas as frações contassem com ao menos um policial com câmera”.
O MP do Rio identificou “lesões atípicas” em dois dos 121 corpos dos suspeitos e policiais mortos durante a megaoperação contra o Comando Vermelho.
Um relatório técnico produzido pela Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT), com base em exames de necropsia dos corpos, apontou que um dos suspeitos apresentava lesões de disparo à curta distância e outro ferimento por decapitação.
Os promotores responsáveis pela análise dos corpos sugerem uma “análise minuciosa das imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na operação” e análise do escaneamento do ambiente onde ocorreu o confronto.


