A apresentadora Adriane Galisteu relembrou como recebeu a notícia da morte de Ayrton Senna. O momento foi narrado por ela no segundo episódio da série documental Meu Ayrton por Adriane Galisteu, que estreou na HBO Max nesta quinta, 6.
Adriane estava em Algarve, em Portugal, no dia 1º de maio de 1994. Senna corria em Ímola, na Itália. A apresentadora disse que pediu para que o piloto não corresse por conta de um acidente envolvendo um piloto austríaco, Roland Ratzenberger, um dia antes da morte do ídolo brasileiro.
“Eu acho que ele poderia não ter corrido”, disse Adriane. “Isso foi motivo de discussão. Ele ficou bravo comigo no telefone, porque ele também já estava bravo com tudo o que estava acontecendo. Foi a primeira vez que ele me telefonou 10 minutos antes da corrida começar. Isso era uma coisa impossível de acontecer.”
Adriane contou que chegou a ver o fatídico acidente pela televisão. “Por infantilidade ou ignorância, me deu um ‘alívio’. Eu pensei: ‘Que bom, ele vai chegar mais cedo em casa'”, disse ela, que narrou ter entrado no banho logo em seguida. De repente, a apresentadora afirmou que começou a ouvir toques de telefone, fax e de pessoas tocando sua campainha. Ao atender o telefone, a mãe de Adriane lhe disse: “Só um milagre”.
“Para mim, ele era imortal. Para mim, ele morreria de velhice”, comentou a apresentadora. Ela chegou a fazer uma “mala” com roupas do piloto por pensar que Senna ficaria internado por alguns dias no hospital.
Ao entrar no avião a caminho de Ímola, Adriane foi chamada na torre de controle do aeroporto. Luiza, mulher do empresário Braguinha, grande amigo do piloto, atendeu ao telefonema. Braguinha pediu para que as duas não fossem à Itália, já que a família “não queria Adriane lá” e informou a morte de Senna.
“Eu perguntei: ‘Braga, como ele está?’. Ele falou: ‘Ele não está. Ele morreu'”, narrou a apresentadora. A pedido da família, Adriane e Luiza tiveram de deixar a casa do piloto em Algarve.
Meu Ayrton por Adriane Galisteu aborda esse e outros momentos do namoro entre a apresentadora e Senna. O documentário chegou após controvérsias de Senna, série da Netflix que deu pouco tempo de tela para a personagem de Adriane.
“Eu comecei a perceber uma força das pessoas na rua, de uma geração que não acompanhou a minha história, uma geração mais jovem, que queria saber mais da vida dele”, comentou Adriane em entrevista por telefone ao Estadão.


