A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou nesta quinta-feira, 30, uma nota do PL Mulher, do qual é presidente, que defende a megaoperação policial no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história da cidade. O manifesto, intitulado “As mães e a (in)segurança pública”, critica o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a administração do PT.
Lula é citado oito vezes e incluído no que o PL Mulher chama de “trio da destruição”, ao lado do colombiano Gustavo Petro e do venezuelano Nicolás Maduro. O texto os acusa de “atuar incansavelmente para favorecer os traficantes”. “Cada um a seu modo, defende e protege, direta ou indiretamente, esses criminosos”, diz.
Com críticas à imprensa, o manifesto afirma que “os narcoterroristas mortos não eram vítimas, mas algozes”, referenciando fala de Lula de que “traficantes de drogas também são vítimas dos usuários”. A declaração teve repercussão negativa e motivou nota da Secom afirmando que o governo “não tolera o tráfico” e mencionando resultados do combate às drogas e organizações criminosas.
“Colheram o que plantaram: violência, destruição e morte. Enfrentaram a polícia com bombas, drones e armamento pesado, mas foram derrotados porque o bem sempre prevalecerá, por mais que a imprensa – paga pelo governo com dinheiro do povo – tente vender a narrativa de que os narcotraficantes foram as vítimas”, diz o texto divulgado pela ex-primeira-dama.
“As escolhas dos narcoterroristas transformaram até suas próprias mães em vítimas da tristeza e da desolação. Nenhuma mãe gera um filho para o crime ou sonha com esse destino. Essas mães também sofrem pelas decisões de seus filhos e pelos governantes que, direta ou indiretamente, incentivam o crime em vez de combatê-lo”, prossegue.
A nota do PL Mulher conclui pedindo orações para o governo do Rio, policiais e familiares, moradores das comunidades dominadas pelo crime organizado e “por todos que defendem os cidadãos de bem”.
A Operação Contenção, que mirava o Comando Vermelho, deixou 117 mortos, segundo as autoridades do Rio. Nesta quinta-feira, 30, a Defensoria Pública do Estado afirmou que foi impedida de participar da identificação dos corpos no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, na região central do Rio.


