A ditadura da Venezuela classificou neste domingo, 26, como uma “provocação militar” a chegada do destróier norte-americano USS Gravely a Trinidad e Tobago, país localizado a poucos quilômetros da costa venezuelana.
O navio participa de exercícios conjuntos com as forças locais, iniciativa que Caracas considera uma “grave ameaça à paz no Caribe”.
A manobra ocorre em meio ao aumento da pressão dos Estados Unidos sobre a ditadura de Nicolás Maduro. Desde agosto, Washington tem deslocado embarcações de guerra para o Caribe e conduzido ataques aéreos contra alvos suspeitos de tráfico de drogas. O presidente Donald Trump acusa Maduro de comandar redes de narcotráfico e estuda, segundo fontes da Casa Branca, ampliar a presença militar na região.
Em comunicado, a ditadura chavista afirmou que a chegada do USS Gravely “é parte de uma estratégia de desestabilização” e anunciou a captura de um grupo supostamente ligado à CIA.
Caracas também alega que os Estados Unidos poderiam estar preparando um “ataque de falsa bandeira” para justificar uma intervenção.
As autoridades de Trinidad e Tobago, por sua vez, disseram que o exercício militar visa “reforçar a cooperação em segurança e combater o crime transnacional”. O governo local ressaltou que mantém relações amistosas com a Venezuela e que “valoriza a história compartilhada entre os povos”.
Em viagem à Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 27, que se ofereceu para intermediar o diálogo entre Washington e Caracas. “Disse ao presidente Trump que a situação está se agravando e que o Brasil pode ajudar a manter a América do Sul como uma zona de paz”, declarou.

