O Banco Central da Rússia cortou sua taxa básica de juros em 100 pontos-base, a 17% ao ano, após concluir reunião de política monetária nesta sexta-feira, 12. Contudo, o BC russo ressaltou que manterá as condições monetárias restritivas pelo tempo que for necessário para garantir o retorno da inflação à meta em 2026.
Este é o terceiro corte de juros consecutivo desde que o BC da Rússia retomou a flexibilização monetária em junho. No mês passado, um dirigente da instituição, Andrei Gangan, alertou que o banco central poderia optar por deixar os juros inalterados em setembro, diante de preocupações com o processo de desinflação.
Em nota, o BC da Rússia apontou que houve leve desaceleração no núcleo da inflação, mas aceleração nos preços médios entre julho e agosto, na comparação com o segundo trimestre. “As medidas subjacentes de inflação não mudaram significativamente e continuam acima de 4% em termos anualizados”, observou.
Segundo o banco central, as próximas decisões dependerão da sustentabilidade do processo de desinflação e das expectativas inflacionárias. A previsão do BC continua de queda da inflação para uma faixa de 6% a 7% neste ano e retorno à meta de 4% em 2026.
Em relação a economia, o BC da Rússia avalia que a atividade está retornando para uma trajetória equilibrada e que os empréstimos aceleraram nos últimos meses.
O BC russo ressaltou que riscos de alta da inflação ainda prevalecem contra os de desinflação no médio prazo, citando entre eles o crescimento da economia, a deterioração no comércio externo, as tensões geopolíticas e a ausência de ajustes fiscais efetivos.
Após a decisão, o rublo inverteu sinal e passou a se valorizar contra o dólar. Às 7h50 (de Brasília), o dólar cedia a 84,1150 rublos.
A próxima decisão do BC da Rússia será divulgada em 24 de outubro de 2025, com projeções atualizadas.