As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta terça-feira, 26, pressionadas pela crise política na França, que ameaça o governo do primeiro-ministro François Bayrou em meio aos debates orçamentários no país, e levou Paris a ter a queda mais acentuada entre as praças. Além disso, as disputas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lisa Cook, estiveram no radar, com o republicano buscando a remoção da dirigente do cargo.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,83%, a 554,20 pontos. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,60%, a 9.265,80 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 0,38%, a 24.179,87 pontos. Em Paris, o CAC 40 cedeu 1,70%, a 7.709,81 pontos. As cotações são preliminares.
A Eurasia vê 70% de probabilidade de a Assembleia Nacional francesa derrubar o governo de Bayrou, que anunciou na segunda-feira uma votação de confiança em 8 de setembro. “Ele tentou chocar o público e o sistema político francês para que enfrentassem a gravidade da crise da dívida do país, mas pode ter mudado pouco além da data de sua própria execução”, sentencia a Eurásia.
O ministro da Economia e das Finanças da França, Eric Lombard, afirmou que o governo quer evitar uma crise, mas admitiu que há a possibilidade de o Fundo Monetário Internacional (FMI) faça uma intervenção caso Bayrou venha a cair. “Estamos em uma batalha, um trabalho de convicção, para garantir a maioria na votação de 8 de setembro”, disse, o que conferiu mais instabilidade. Por sua vez, pouco depois, em uma publicação no X, o ministro negou um eventual resgate.
Em Paris, os bancos foram as principais vítimas da turbulência, com Société Générale em baixa de 6,84%, acompanhado de Crédit Agricole (-5,44%) e BNP Paribas (-4,23%).
Do outro lado do Atlântico, Trump informou, em publicação na Truth Social, ter removido Lisa Cook da diretoria do Fed por acusações de que a dirigente teria cometido fraude hipotecária. A diretora, porém, negou plano de deixar o cargo. Em outra publicação, Trump alertou que pode impor novas medidas tarifárias a países que adotem algum tipo de restrição contra gigantes do setor tecnológico dos EUA.
Já a chefe de porta-vozes da Comissão Europeia, Paula Pinho, defendeu o direito da União Europeia (UE) de definir e aplicar suas próprias regras sobre tecnologia. “É direito soberano da UE e de seus Estados-membros regular as atividades econômicas em nosso território, que são consistentes com nossos valores democráticos”, afirmou.
Em Milão, FTSE MIB caiu 1,32%, a 42.654,95 pontos. Em Madri, o Ibex35 recuou 0,94%, a 15.122,10 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 cedeu 0,92%, a 7.844,17 pontos.