A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 254,221 bilhões em julho de 2025, uma alta real (descontada a inflação) de 4,57% na comparação com o resultado de julho de 2024, quando o recolhimento de tributos somou R$ 231,044 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. Em relação a junho deste ano, quando o montante foi de R$ 234,594 bilhões, a arrecadação subiu 8,09%, em termos reais.
De acordo com a Receita Federal, este resultado é o melhor desempenho arrecadatório para o mês de julho desde 2024.
O resultado das receitas de julho veio um pouco acima da mediana das estimativas das instituições do mercado financeiro ouvidas pelo Projeções Broadcast, que era de R$ 252,50 bilhões. O intervalo das projeções variava de R$ 232 bilhões a R$ 271,035 bilhões.
Fatores
O Fisco avaliou que o resultado de julho de 2025, comparado com o mesmo período do ano passado, é reflexo do comportamento dos principais indicadores macroeconômicos que afetam a arrecadação. O órgão também deu destaque à elevação da arrecadação do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) em razão, especialmente, do comportamento dos recolhimentos das quotas de declaração.
Além disso, a Receita destacou o crescimento da arrecadação do IRPJ e da CSLL em razão do crescimento real de 15,60% dos recolhimentos da estimativa mensal. Houve recolhimentos atípicos da ordem de R$ 3 bilhões.
Também houve elevação de 23,32% na arrecadação do IRRF de residentes no exterior em razão de acréscimo da arrecadação de “Royalties e Assistência Técnica”, “rendimentos do trabalho” e de “Juros sobre o Capital Próprio”.
Acumulado do ano
Nos sete primeiros meses de 2025, a arrecadação federal somou R$ 1,679 trilhão. O montante representa um aumento real de 4,41% na comparação com o mesmo período de 2024, quando a arrecadação somou R$ 1,529 trilhão, a preços correntes.
Em relação ao acumulado do ano, a Receita destacou a elevação da arrecadação do IOF, em razão de alteração na legislação do tributo e a melhora no desempenho da arrecadação do PIS/Cofins em razão, entre outros aspectos, do crescimento do tributo nas importações e do desempenho das entidades financeiras.
O Fisco também citou a alta na arrecadação do Imposto de Importação e do IPI vinculado à importação, em razão do crescimento das taxas de câmbio e do aumento das alíquotas médias desses tributos, além da elevação da arrecadação da contribuição previdenciária devido ao desempenho das empresas do Simples Nacional e da redução da desoneração da folha.
Desonerações
As desonerações concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 10,067 bilhões em julho de 2025, valor menor do que o registrado no mesmo mês de 2024, quando ficaram em R$ 10,128 bilhões, a preços correntes, de acordo com a Receita Federal.
No acumulado de 2025, as desonerações totalizaram R$ 70,854 bilhões, volume inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (R$ 72,348, a preços correntes).
Esse é um tema sensível ao governo, que vetou integralmente a prorrogação da política de desoneração da folha de pagamentos de 17 setores econômicos, e apresentou uma medida provisória com uma proposta de reoneração gradual.
Sem a concordância do Congresso com o texto, o governo aceitou enviar o tema como projeto de lei com urgência constitucional para tentar negociar uma alternativa. Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que cobrava uma medida de compensação para a benesse, o Legislativo avançou numa proposta, que foi sancionada em setembro de 2024 pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Adotada desde 2011, a desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, a depender do setor produtivo. Na prática, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas.